Tesouro Direto: taxas disparam e títulos de inflação têm maior retorno desde abril com “shutdown” em foco

Remuneração de títulos do Tesouro IPCA+ sobe acompanhando juros nos EUA em meio a discussão sobre possível paralisação de gastos

Leonardo Guimarães

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As taxas dos títulos do Tesouro Direto seguem em forte alta nesta quarta-feira (27), com retornos dos títulos de inflação atingindo maior patamar desde abril acompanhando o rali dos juros dos Estados Unidos. Ontem, o retorno do título público americano de 10 anos subiu para 4,55%.

Investidores acompanham o cenário fiscal dos Estados Unidos. O governo americano precisará congelar os gastos públicos se o congresso não votar um projeto de financiamento temporário para manter os investimentos para além do próximo sábado (30).

Na noite de ontem, o Senado dos EUA chegou a um acordo sobre o projeto de financiamento, o que faz o rendimento das treasuries recuar no início da sessão desta quarta. Porém, a Câmara tenta levar adianta uma medida conflitante, apoiada somente por republicanos.

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No cenário local, o relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), anunciou mais um adiamento da apresentação de seu parecer sobre a matéria, que passou do dia 4 para 20 de outubro.

A justificativa para a mudança é o alto número de emendas apresentadas pelos senadores – até o momento, são 241 sugestões de modificação – e o aumento da demanda por audiências na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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Mais tarde, às 17h30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com o Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. É a primeira vez desde que Lula foi eleito que os chefes do executivo e da autoridade monetária se encontram. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participa da reunião.

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), considerada dura, também ajuda na abertura da curva de juros. O documento divulgado ontem mostrou que os dirigentes do BC não enxergam espaço para aceleração do ritmo de corte de juros para 0,75 ponto percentual.

No Tesouro Direto, os títulos de inflação oferecem a maior rentabilidade real desde 25 de abril — e pela primeira acima de 6% desde maio. Na primeira atualização do dia, às 9h34, o Tesouro IPCA+ 2045 oferecia taxa de 6,04%. O juro real do Tesouro IPCA+ 2055 era de 6%, também o maior em cinco meses.

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A menor rentabilidade dos títulos de inflação é oferecida pelo Tesouro IPCA+ 2029, que paga 5,71% além da inflação e ontem tinha taxa de 5,45%. O juro real do papel com vencimento em 2032 saltava de 5,51% para 5,76%.

Nos prefixados, as taxas também disparavam. O título mais longo, com vencimento em 2033, entregava rentabilidade anual de 11,85% ante 11,59% ontem. A taxa do Tesouro Prefixado 2029 subia de 11,31% para 11,53%, enquanto a do Tesouro Prefixado 2026 avançava de 10,45% para 10,63%.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quarta-feira (27):

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