Tesouro Direto: com votação do novo arcabouço fiscal, juros do Prefixado 2029 vão à mínima desde outubro

O mercado ainda analisa a ata da última reunião do Fomc, que mostrou uma diretoria do Federal Reserve dividida quando o assunto é pausa no aperto monetário

Leonardo Guimarães

(Getty Images)
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Os juros dos títulos do Tesouro Direto têm mais um dia de queda nesta quarta-feira (24). O mercado ajusta expectativas para a Selic após a aprovação do projeto de lei do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados e divulgação da ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve).

Na votação do texto-base do projeto de lei complementar que trata do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023), 372 deputados foram a favor e 108 contra. Ainda faltam destaques a serem votados. Após essa etapa, o texto seguirá para o Senado.

Investidores ainda ficam de olho na ata da última reunião do Fomc, que mostrou uma diretoria do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos) dividida sobre uma pausa no aperto monetário no país.

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Após a divulgação, dados do CME Group mostram que a parcela de agentes do mercado financeiro que aposta em pausa no aperto monetário cresceu de 63,8% na manhã de hoje para 72,9% após a divulgação da ata.

Outro assunto que preocupa investidores do mundo todo é a dívida dos EUA. O impasse nas negociações sobre o teto da dívida segue afetando o humor dos mercados internacionais.

No Tesouro Direto, mais uma sessão de queda nos juros. A rentabilidade do Tesouro Prefixado 2029 caía para 11,57% ao ano. A última vez que esse título ofereceu taxa menor na abertura dos negócios foi em 4 de outubro do ano passado.

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Os juros dos títulos atrelados à inflação também recuavam. Tesouro IPCA+ 2029 tinha rentabilidade real de 5,46% ao ano ante 5,49% na última atualização de ontem, enquanto o títulos mais longo, o Tesouro IPCA+ 2055, pagava 5,76% ante 5,78% na véspera.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta quarta-feira (24):

Ata do Fomc

Na reunião dos dias 2 e 3 de maio, quando o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) decidiu mais uma vez elevar em 25 pontos-base as taxas de juros nos Estados Unidos, os diretores do Federal Reserve debateram sobre até que ponto uma política monetária mais firme pode ser apropriada nas reuniões seguintes. Segundo a Ata do encontro os participantes da reunião expressaram incerteza sobre quanto mais aperto pode ser necessário.

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“Os participantes observaram que, embora a inflação básica de bens tenha moderado desde meados do ano passado, ela desacelerou menos rapidamente do que o esperado nos últimos meses, apesar de relatos de vários contatos comerciais sobre as restrições da cadeia de suprimentos continuarem diminuindo”, diz o texto.

Arcabouço fiscal aprovado na Câmara

A versão aprovada pelos deputados na noite desta terça-feira traz algumas modificações em relação ao texto distribuído pelo relator na semana passada. No novo texto, deixou de constar dispositivo que garantia ao governo um crescimento das despesas públicas de 2,5% para 2024, descontada a inflação.

O patamar seria o máximo da banda de evolução de gastos previsto na regra (que vai de 0,6% a 2,5%) e havia sido visto como uma espécie de “colher de chá” concedida ao governo para inflar o Orçamento do ano que vem.