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O mercado divide nesta terça-feira (31) a atenção entre o cenário político e o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que deve manter a Selic em 13,75% ao ano. Os agentes têm acompanhado de perto nova piora nas projeções de inflação de médio prazo.
Investidores monitoram fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que afirmou que a desoneração dos combustíveis não é discutida “desde 1º de janeiro” – data da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da equipe do novo governo – e que até o momento sua pasta não foi provocada sobre a possibilidade de uma prorrogação da medida. Uma nova postergação dos combustíveis seria vista com maus olhos pelo mercado, já que afetaria a arrecadação.
Atenção também para a eleição para a presidência da Câmara e do Senado, que ocorre na quarta-feira (1). A disputa na segunda casa está acirrada entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente e representante apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Rogério Marinho (PL-RN), que recebeu apoio do PL (partido do ex-presidente Jair Bolsonaro), PP e Republicanos.
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Na cena externa, a expectativa é com relação à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que será anunciada nesta “Super Quarta”.
No Tesouro Direto, às 15h19, os títulos registram movimento misto nas taxas. Os juros dos títulos prefixados apresentam queda, com destaque para o Tesouro Prefixado 2029, com 13,08% de retorno, bem abaixo dos 13,21% desta segunda-feira (30). Uma diferença de 13 pontos-base (0,13 ponto percentual).
Já a maior parte dos títulos atrelados à inflação registrava estabilidade nas remunerações reais, no mesmo horário. O maior retorno real era oferecido pelo Tesouro IPCA+ 2045, de 6,50% ao ano, mesmo valor visto na véspera.
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“Tivemos um dia um pouco mais positivo hoje com o ministro Haddad falando em ambiente favorável para a regra tributária. Toda vez que a reforma tributária é colocada com maior probabilidade de acontecer a curva de juros acaba reagindo muito bem. É interessante por que isso destrava crescimento no longo prazo”, diz Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (31):
Novidades a caminho no Tesouro Direto?
Após o início das negociações do Tesouro RendA+, título público voltado à aposentadoria, o Tesouro Nacional pode trazer novidades nos próximos meses.
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De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, que esteve nesta segunda-feira (30) na B3 para o lançamento oficial do Tesouro RendA+, a instituição está preparando um novo título público voltado ao ciclo estudantil – para custear os estudos no período universitário. “Uma poupança que pode ajudar a pagar a universidade e as despesas dessa fase. O produto será ainda mais popular”, detalhou Ceron.
“A criança nasce e a conta já pode ser criada pelos pais ou demais familiares. E depois tem a amortização, só que não em vinte anos, como é o título de aposentadoria, e sim num período curto, de quatro anos, cinco anos”, disse. “Trata-se de um produto similar ao Tesouro RendA+, só é necessário customizá-lo”.
UE e Mercosul e eleição no Congresso
Já na cena política, o presidente Lula defendeu alterações em pontos do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE. Após reunião com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, no Palácio do Planalto, nesta segunda (30), os dois líderes participaram de uma entrevista coletiva e abordaram diversos assuntos da agenda bilateral.
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Negociado por mais de 20 anos, o acordo UE-Mercosul teve um anúncio de conclusão geral em 2019, mas ainda há um longo caminho pela frente para sua efetiva entrada em vigor. Isso porque o tratado precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados integrantes de ambos os blocos econômicos.
Mercado de trabalho
Na seara econômica, o destaque são os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Brasil fechou o mês de dezembro com queda de 431.011 pontos de trabalho, conforme dados divulgados nesta terça-feira (31) pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
O resultado decorreu de 1,382 milhão de admissões e de 1,813 milhão de desligamentos. O estoque, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, atingiu 42,716 milhões de vínculos em dezembro de 2022, o que representa uma queda 1,00% em relação ao estoque do mês anterior.
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No acumulado do ano de 2022, foi registrado saldo de positivo 2,037 milhões de empregos, decorrente de 22,648 milhões de admissões e de 20,610 milhões de desligamentos.
Em dezembro, os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas registraram saldos negativos: Comércio (-17.275 postos); Agropecuária (-36.921 postos); Construção (-74.505 postos); Indústria geral (-114.246 postos) e Serviços (-188.064 postos).
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