Tenho R$ 90 mil parados no banco; onde investir?

Tatiana Felix Bauab, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta

Tenho R$ 350 mil investidos no banco. Já tenho R$ 260 mil na renda fixa e gostaria de uma opinião onde investir o restante. Tenho o perfil conservador. Foram oferecidos para mim investimentos atrelados ao IPCA, Ibovespa e COE.

Leitor: Guilherme

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Resposta de Tatiana Felix Bauab, CFP, planejadora financeira certificada pelo IBCPF

Prezado Guilherme,

Diante do atual cenário político e econômico brasileiro, em meio ao baixo crescimento do PIB, enfraquecendo indústria e comércio, alta taxa de desemprego, ajustes fiscais, depreciação do real frente ao dólar, altas taxas de inflação e juros, credibilidade do governo corroída, não recomendo investimentos mais arrojados. Entendo que, o mercado ainda segue voltado para os ajustes necessários, inclusive para a divulgação do balanço da Petrobras que ainda não ocorreu, gerando grande oscilação sobre o Ibovespa. Somado a isso, seguindo a sua informação de perfil conservador, não aconselho que invista no Mercado de Ações, pelo menos, neste primeiro semestre de 2015. Vamos aguardar mais definições macroeconômicas e políticas que serão bem complexas e desafiadoras ao longo do ano.

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Quanto ao COE, este é um instrumento que possui como estratégia a combinação de um ativo de renda fixa e um derivativo, muito utilizado para proteção de um determinado investimento já existente, como por exemplo, alta do dólar ou desvalorização de ativos como ações. Ocorre que, este tipo de instrumento, embora não tenha restrição quanto ao público alvo, é indicado apenas para Investidores Institucionais (Fundos de Pensão) e Investidores Pessoa Física Profissional e Super Qualificada, até porque, este tipo de instrumento é “normalmente” feito para valores acima de R$ 1 milhão, sendo muito rebuscado e de difícil compreensão, por envolver uma espécie de “pacote” de operações. Além do que, o risco principal deste tipo de operação é a quebra da instituição financeira credora e baixa liquidez, sendo difícil sair do investimento a qualquer momento.

Desta forma, entendo que o Mercado de Renda fixa seja o mais assertivo para o seu perfil de investidor e valor a ser investido. Seguindo este mercado, sugiro que opte pela indexação “pós”, pois com o cenário de alta da taxa de juros, os seus investimentos acompanharão esta alta da taxa e sua rentabilidade será melhor. CDB’s, com indexação “pós”, com investimento a longo prazo, são boas opções, pois possuem baixo risco, devido existir o FGC “Fundo Garantidor de Crédito”, até o valor de R$ 250 mil.

Outra boa opção é a mescla do valor a ser investido, aplicando na compra de títulos junto ao “Tesouro Direto”, especificamente em LFT’s e NTN-B. A LFT são títulos emitidos pelo Tesouro Nacional com indexação “pós fixada”, vinculada à taxa de Juros Selic. Já, a NTN-B, são títulos indexados ao IPCA (Índice de Inflação) + taxa prefixada. Ou seja, estamos falando de indexadores diferentes, protegendo o seu capital e podendo ter uma boa rentabilidade nas duas pontas. Caso a taxa de juros continue com expectativa de alta, a remuneração da LFT será melhor, porém caso a inflação esteja em alta, a NTN-B rentabilizará melhor seu investimento. Aqui, ainda é difícil prever qual o efeito que o ajuste fiscal terá na recomposição dos preços administrados, o que nos leva a esperar uma maior aceleração do IPCA, como vem ocorrendo, por outro lado também é possível uma queda da inflação de preços livres.

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Se você busca proteção de capital, com baixo risco, invista em CDB’s e/ou LFT’s. Se busca um risco a mais na carteira, mescle o valor investido com NTN-B.

Peço que contate uma Corretora de Valores para maiores informações quanto a maneira de operacionalizar a compra e venda de títulos, via Tesouro Direto, bem como seu Gerente do Banco para maiores informações quanto às taxas e ao tempo de investimento de CDB’s.

Tatiana Felix Bauab é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

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As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser feitas no e-mail onde_investir@infomoney.com.br