Tenho R$ 100 mil na poupança; vale a pena aplicar no Tesouro Direto?

Roberto Costa Agi, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF, responde a pergunta de leitor do InfoMoney

Equipe InfoMoney

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Pergunta

Tenho 26 anos e trabalho de forma autônoma. Tenho atualmente R$ 100 mil na poupança e acredito que no próximo ano consiga juntar mais R$ 30 mill.

Gostaria de saber a melhor forma de aplicar esse dinheiro, tendo em vista que atualmente moro com meus pais, porém estou indo morar fora por um ano. A reserva para essa viagem não está nos R$ 100 mil mencionados acima. Quando eu voltar provavelmente vou comprar um carro ou algum outro bem de alto valor e posso ter que usar parte da reserva acumulada.

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A poupança é o melhor caminho pela flexibilidade de retirada? Ou vale a pena diversificar, deixando parte na poupança e parte no Tesouro Direto?

Leitor: Thommy

Resposta de Roberto Costa Agi, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF

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Olá Thommy,

Primeiramente parabéns pela poupança que você já conseguiu formar. A partir de agora o tempo, os juros compostos e sua capacidade de continuar poupando terão um efeito impressionante no Longo Prazo.

Pelo que entendi, os recursos que você pretende utilizar na viagem já estão reservados e os R$100.000,00 mais os R$30.000,00 que eventualmente você some, terão outra finalidade.

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A poupança, como você bem falou, tem o benefício de ser flexível e permite que você tenha acesso aos seus recursos de forma bem rápida. Por outro lado, pensando no retorno proporcionado, há alternativas mais interessantes com o mesmo nível de risco.

O primeiro passo é formar um colchão de segurança com parte desses recursos, que podem estar alocados em ativos conservadores e com liquidez diária. Esse colchão serve para cobrir eventuais emergências e necessidades de curto-prazo inesperadas. A poupança é uma opção, mas CDBs e Fundos DI, por exemplo, podem ser alternativas mais rentáveis dependendo da taxa negociada ou da taxa de administração. Fazendo uma conta rápida, considerando a taxa de juros atual, Fundos DI com taxa de administração abaixo de 2,0% ou CDBs com retorno acima de 83% do CDI devem ser mais interessantes do que a Poupança (utilizei como comparação a alíquota de 17,5% de Imposto de Renda, pensando que você possa resgatar esses recursos entre 1 e 2 anos). Como costumamos dizer, o tamanho do colchão de segurança depende de algumas variáveis como seus hábitos financeiros, empregabilidade, entre outras, mas uma regra de bolso é utilizar entre 3 e 12 vezes suas despesas mensais. Seu caso é peculiar, já que durante esse período as despesas já foram provisionadas, mas você pode usar como premissa que eventualmente gaste mais do que planejou. É melhor adotar uma postura mais conservadora nesse momento, até porque exagerar nesse colchão de liquidez não te penaliza tanto, já que o retorno obtido em investimentos conservadores e com liquidez no Brasil, ainda é bem alto se comparado aos pares internacionais.

Formado o colchão, estime quando e quanto você pretende direcionar para esses projetos de médio-prazo, como compra de carro ou outro bem que você comentou. Antes de tomar essas decisões, avalie outras alternativas que possam te trazer um custo x benefício melhor. Por exemplo, se a ideia é dar uma entrada para a compra de imóvel, dependendo da conjuntura, morar de aluguel pode ser mais vantajoso. Obviamente, as decisões nunca são puramente financeiras, portanto analise todas alternativas. Os recursos que excederem o colchão de segurança, como você pretende utilizar em um prazo superior a 1 ano, podem ser direcionados para ativos mais rentáveis. As Letras de Crédito (LCIs ou LCAs), por exemplo, pelo fato de contarem com isenção de Imposto de Renda, podem compor essa carteira. Além da isenção do IR, contam com a mesma garantia adicional do FGC que conta a Poupança.

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Se, depois de formado o colchão de segurança e reservados os recursos para os projetos de médio-prazo ainda houver recursos, você pode pensar em uma carteira com foco no longo-prazo, acima de 10 anos por exemplo. Nessa carteira, podem fazer parte ativos mais voláteis e que consequentemente busquem retornos mais altos, como Debêntures Incentivadas, Fundos Multimercado, Fundos Imobiliários, Renda Variável, etc., desde que façam sentido em relação ao seu Planejamento Financeiro e ao seu nível de tolerância ao risco.

Espero ter ajudado.

Roberto Costa Agi é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF). 

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As respostas refletem as opiniões do autor. O IBCPF e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Perguntas devem ser feitas no e-mail onde_investir@infomoney.com.br