Sr. Dinheiro prova a existência de uma bolha imobiliária – Parte 2

Luis Carlos Ewald, mais conhecido como Sr. Dinheiro, prova, em um artigo dividido em duas partes, que estamos perto de uma bolha imobiliária. Esta é a parte final

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – Luis Carlos Ewald, mais conhecido como Sr. Dinheiro, prova, em um artigo dividido em duas partes, que estamos perto de uma bolha imobiliária. Veja quando será a hora de investir em imóveis. A primeira parte do artigo foi publicada na segunda-feira (02).

“Quais os principais sinais de crise, a qual derrubará os preços artificiais dos imóveis para níveis de preços em que efetivamente conseguem ser vendidos? Uma coisa é o preço anunciado e outra, muito diferente agora e daqui para frente, é o preço que se consegue vender… (Os anúncios de lançamentos em Sampa abandonaram os 2 qtos/sala e só se lança sala/qto., pois não há mais poder aquisitivo). Que tal?

Seguem vários sinais indicativos da crise que está por vir. Os imóveis residenciais só encontram inquilinos pagando no máximo 0,35% ao mês do “valor fantasia do imóvel” das capitais! Agora se vemos anúncios “vende-se” em casas antigas em zonas preferenciais, coisa que não existia durante o início da especulação, pois as construtoras se antecipavam, brigavam para comprar e seduziam possíveis vendedores com tentadoras ofertas fora da realidade.

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Quem precisar vender um imóvel agora tem que baixar até 30% do “valor fantasia” para conseguir vender rápido. A exaustão da poupança prevista para dar entrada já é uma realidade, pois todos que sonhavam já compraram, se endividaram, e não há mais renda disponível para compras nesses níveis de preços.

Exemplo: imóvel usado de classe média intermediária em Botafogo, Rio, que pedem R$ 800.000,00 (absurdo!) com R$ 300.00,00 de entrada , com a primeira prestação em financiamento de 100 meses pelo SAC custa R$ 5000,00 de juros (1%) mais R$ 5.000,00 de amortização(1%) mais outros penduricalhos; para comprar tem que ser diretor de empresa e ganhar no mínimo R$ 35.000,00 por mês! Quem é que pode? Ah, pode ser em 200 meses: tá bem, R$ 7.500,00, mas e o condomínio, o IPTU, a mobília, etc?

Nos Aeroportos do Brasil inteiro o que se ouve é: “Quero ver na Copa!” No mercado imobiliário é : “Quero ver depois da Copa!”. Pequenas casas de sala/2qtos na “Comunidade” do Vidigal que há exatamente 4 anos eram vendidas a R$ 20.000,0 já estão pedindo R$ 100.000,00 e já teve venda, sem esgotos e com “gatos” de água e luz…

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Quanto subiram os preços dos imóveis (no lançamento e nas fantasias anunciadas) nos últimos 5 anos em quase todo o Brasil? De 100% até 300%! Pode? Pois é, mas agora quase nada se vende se grandes descontos não forem feitos!

Assista e divulgue. Estrelado pelo Prêmio Nobel de Economia, meu parceiro nessa opinião, Robert Shiller, que está avisando todo mundo que o prenúncio da bolha é iminente.

Tem vários especialistas que alegam que aqui é diferente (olha aí a frase maldita), que há um deficit de cerca de 6 milhões de moradias e coisa e tal: esquecem que nesses níveis de preços não há mais compradores. E que a carência é em imóveis para baixa renda.

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Em face disso tudo, uma pergunta que todos fazem nas minhas aulas e Palestras: É melhor comprar ou alugar? Claro que é melhor alugar! Você paga no máximo 0,5% mensais de aluguel ou para comprar paga no mínimo 1,0% ao mês de juros, e ainda tem a amortização! Alugue e poupe a diferença. Economize, poupe e acumule, para adiante, sem pressa, comprar a vista!

Finalmente: qual é a definição de bolha, em qualquer mercado? É algo que tem grande chance de estourar, porque houve um grande aumento irracional de preços num muito curto espaço de tempo.

Quem ficou até agora comprado para investir terá alcançado a desagradável posição do the greater fool .

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Recomendação: quem “estiver comprado” venda rápido, antes do efeito manada ser detonado, com todo mundo querendo vender ao mesmo tempo. Se não comprou e resistiu à tentação, parabéns. Espere com bastante calma até os juros voltarem a cair e os preços dos imóveis já tiverem caído na real.”