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Diante de um cenário bastante complexo em termos de política monetária, o País parece caminhar para o “antigo equilíbrio dos juros altos, câmbio apreciado e baixo crescimento crônico”. A visão foi compartilhada pela renomada gestora SPX, de Rogério Xavier, em carta mensal do fundo Nimitz.
Com os olhares focados no ano que vem, a gestora se mostrou preocupada com a alta de preços e destacou que a única alternativa para fazer a inflação convergir para a meta em 2023 seria provocar uma recessão de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), seguida por um corte drástico nos juros para não errar a meta de 2024 para baixo.
Em sua avaliação, as surpresas inflacionárias atuais são fruto de políticas domésticas passadas e de choques externos. Para a SPX, seria uma “grande vitória se a inflação retrocedesse dos atuais 12% para algum valor dentro da banda de tolerância em 2023”.
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Juros
Sobre as alocações, a casa destacou que manteve a exposição a juros no Brasil, com uma posição aplicada, ou seja, na expectativa de queda dos juros reais na parte intermediária da curva.
Segundo a SPX, os níveis de juros já estão em terreno extremamente contracionista, com a Selic caminhando para 13,25% ao ano na reunião deste mês – postura que se mostrou diferente da adotada em boa parte do mundo, onde ainda há bancos centrais atrasados no processo de ajuste monetário.
Em sua avaliação, o Banco Central Europeu (BCE, na sigla em inglês), está entre os exemplos, ao seguir com os juros negativos, mesmo em um cenário de inflação elevada.
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Em contrapartida, a gestora afirmou que há cada vez mais bancos centrais que vislumbram uma nova etapa após o rápido aperto inicial, como as autoridades monetárias do Chile, Hungria, Polônia e República Tcheca.
Para a SPX, os bancos centrais desses países estão adotando políticas mais cautelosas porque já atingiram níveis superiores ao neutro e adotaram uma política monetária contracionista, juntamente com outras medidas de aperto, como reduções de balanços e de condições financeiras.
“Nessa nova etapa, cientes das defasagens da política monetária, os bancos centrais procuram um novo equilíbrio”, afirmaram. “Se por um lado, já entenderam que não podem ser complacentes com a inflação, por outro, conhecem as consequências de errar na dose ao focar excessivamente em inflações realizadas e não em prospectivas”, completaram.
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Nesse sentido, a casa destacou que manteve a alocação favorável à subida de juros nos países em que acredita que há grande desequilíbrio entre as condições econômicas e os preços de mercado, com maior alocação de risco em nomes específicos de países emergentes.
Moedas, commodities e Bolsa
Ao comentar sobre a alocação em moeda, a SPX destacou que manteve a posição comprada em dólar americano contra uma cesta de moedas. Por outro lado, a casa preferiu alterar a posição em commodities e reduziu as alocações de maneira geral. “Atualmente, estamos sem posições relevantes [em commodities]”, esclareceu a gestora.
Em meio a um cenário de juros mais elevados em boa parte dos países, a casa seguiu com o tema de que haverá uma desaceleração do crescimento global. Com isso, seguiu com posições vendidas (que apostam na desvalorização dos ativos) em setores cíclicos nos Estados Unidos e em índices na Europa.
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Por outro lado, a SPX pontuou que continuou se beneficiando da reabertura da economia chinesa ao manter as alocações compradas (que se beneficiam da valorização dos papéis) na China. No último mês, o País anunciou que iria flexibilizar uma série de medidas de restrição que foram impostas para diminuir a transmissão da Covid-19.
Embora tenha mantido uma parcela das alocações em ações, a SPX informou que aumentou a posição direcional vendida no setor de tecnologia e no índice de ações da Bolsa brasileira, e que seguiu com posições compradas em consumo e transporte no Brasil.
Crédito
Ao comentar sobre crédito na América Latina, a SPX disse que seguiu posicionada em nomes específicos, com maiores exposições ao setor de óleo e gás, usando proteções (hedges) para diminuir movimentos de juros nos mercados desenvolvidos.
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Já sobre o mercado de crédito americano, os especialistas da casa disseram que estão com uma posição leve em risco, diante das incertezas macroeconômicas e da elevada volatilidade no cenário de juros.
Em maio, o fundo Nimitz apresentou ganhos de 1,38%, acima do avanço de 1,03% do CDI no período. A estratégia que mais ajudou o fundo em maio foi a posição em juros, que respondeu por 1,06% da performance no mês.
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