SPX: Bolsa americana pode ficar para trás nos próximos meses, mas segue como principal aposta

Para gestor, mercado está subestimando os riscos no radar, como uma segunda onda do coronavírus

Lucas Bombana

GettyImages
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SÃO PAULO – A injeção sem precedentes de liquidez no mercado promovida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em resposta à pandemia, e a concentração de empresas de tecnologia na região, gerou uma corrida recente dos investidores globais pelos ativos negociados nas bolsas americanas.

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Com isso, mesmo em meio às inúmeras incertezas do cenário, que além da pandemia inclui a corrida presidencial dos Estados Unidos, o índice Nasdaq, conhecido pelas empresas de tecnologia, sobe 8,4% no ano, até o dia 15. E isso após uma alta expressiva de 35,2% que o benchmark registrou em 2019.

Ainda um pouco para trás, o S&P 500, que não tem a mesma presença do setor tecnológivo, recua 5,1% no ano. Apesar de estar no campo negativo, contudo, o índice americano está bem melhor que os de outros mercados, como o brasileiro – o Ibovespa recua 20,1% em 2020.

Diante desse desempenho recente dos ativos americanos, o gestor de ações globais da SPX, Fernando Gonçalves, acredita que, no curto prazo, as bolsas de outros mercados, como o asiático ou o europeu, podem superar a performance da americana.

“Se tivermos uma recuperação em ‘V’, as empresas da Europa e da Ásia tendem a se sair melhor nos próximos meses”, disse Gonçalves, durante live promovida pela XP nesta terça-feira. O especialista explicou que as companhias dessas regiões são mais dependentes do ciclo econômico e sofreram mais nos últimos meses, na comparação com empresas de tendências seculares, que passaram melhor pela volatilidade.

O gestor da SPX afirmou ainda que o mercado está subestimando os riscos no radar. Na visão do especialista, caso tenhamos a confirmação de uma segunda onda do coronavírus, impondo uma nova rodada de lockdown, “os preços dos ativos serão completamente diferentes dos que temos atualmente”.

Não aposte contra o capitalismo

De toda forma, sob uma ótica de médio e longo prazo, o gestor da SPX enxerga nas ações americanas o maior potencial de retorno dentro do mercado global.

Ruy Alves, gestor de ações globais da Kinea, também presente na live, reforçou a visão positiva para os Estados Unidos, seja no curto ou no médio e longo prazo.

“São cerca de 10 mil ações à disposição do investidor nas bolsas globais”, disse Alves, que parafraseou expressão recente do megainvestidor Warren Buffet. “O Buffet falou que nunca se deve apostar contra os Estados Unidos. Eu diria que nunca se deve apostar contra o capitalismo.”

Para o gestor da Kinea, diante de uma quantidade tão grande de opções na prateleira internacional de ações, dificilmente o investidor não conseguirá encontrar boas alternativas, seja para apostar na alta do mercado ou mesmo na baixa. Focar apenas em um múltiplo e descartar o investimento em uma região por achar que ele está caro não faz sentido em um mundo de juro real negativo, disse o especialista.

Entre as principais alocações globais no momento, o gestor da Kinea citou o setor bancário e de mineração na Austrália. Ele ressaltou, contudo, que empresas de tecnologia nas bolsas americanas, como Facebook e Google, estão entre suas principais apostas. “Vimos o anúncio do WhatsApp usando a Cielo para fazer pagamentos”, lembrou Alves, ressaltando que o inicio da monetização dos serviços deve levar a empresa para um novo patamar de lucros.

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