Conteúdo editorial apoiado por

Serviços públicos, tecnologia, saúde: para gestores, há setores em destaque na Europa apesar da economia fraca

Com mais um aumento de juros em vista pelo BCE, gestores de fundos esperam uma recessão na UE e escolhem quais os melhores setores para ter posições

Monique Lima

Publicidade

O crescimento da Europa enfraquecerá nos próximos meses em resposta ao aperto monetário promovido pelo Banco Central Europeu (BCE). Esta é a opinião de sete em cada dez gestores de fundos globais consultados pelo Bank of America (BofA) na primeira semana de junho. Metade desses gestores esperam uma recessão no bloco econômico após um novo aumento dos juros.

Há um ano, em julho passado, o BCE iniciou o seu ciclo restritivo de política monetária. As taxas de depósito no bloco econômico saíram de –0,50% para 3,25% até o momento, após sete aumentos consecutivos. Em maio, a inflação na Zona do Euro medida pelo índice de preços ao consumidor ficou em 6,1% no acumulado de um ano – muito acima da meta anual de 2% do bloco.

No próximo dia 15, o BCE irá anunciar sua decisão mais recente sobre a política de juros. A expectativa do mercado é por um novo aumento de 0,25 ponto percentual, seguido por mais uma elevação de mesma magnitude em julho. Após estes dois ajustes, economistas consultados pela Bloomberg acreditam que a taxa de depósito permanecerá em 3,75% por quase um ano.

Newsletter

Liga de FIIs

Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Quase dois terços dos gestores europeus esperam um “pouso suave” da economia com esta política monetária, sendo que nove em cada dez estão convencidos de que a inflação irá declinar num prazo de doze meses, conforme relatório divulgado pelo BofA na terça-feira (13).

Diante deste cenário, os investidores estão pessimistas com o curto prazo do mercado de ações europeu. Porém, metade deles projetam alta dentro de um prazo de doze meses – em linha com o declínio da inflação. Cerca de 36% buscam ganhos de até 5% neste período de um ano.

Ao todo, 285 gestores de fundos foram consultados pela pesquisa, somando US$ 765 bilhões de ativos sob gestão. A maioria deles são especialistas regionais de cenários globais.

Continua depois da publicidade

Leia também: 

Setores para ter posição posição agora

A Suíça é o mercado de ações preferido na Europa atualmente pelos gestores, seguida pela Espanha e o Reino Unido. A Itália é o país menos escolhido, junto com Alemanha e França.

De vinte setores listados, apenas seis os gestores apontaram com perspectiva overweight (com desempenho esperado acima da média), sendo que três se destacam, indicados por 20% a 30% dos participantes da pesquisa. O preferido é de utilities (serviços públicos), seguido por tecnologia e saúde.

Continua depois da publicidade

Seguros, telecomunicações e consumo também aparecem, porém com percentuais de até 10%.

Todos os demais setores são vistos com perspectiva underweight (com desempenho esperado abaixo da média) atualmente. O imobiliário é o pior, sendo apontado por quase metade dos gestores como uma má escolha. Construção e mídia aparecem com 40% e 30% das respostas, respectivamente.

Perspectiva para os setores da economia na Europa:

(resultados positivos representam o percentual de gestores com perspectiva overweight, enquanto resultados negativos indicam o percentual de gestores com perspectiva underweight)

Continua depois da publicidade

Fonte: BofA – Pesquisa aos gestores de fundos europeus (junho)

Os gestores também responderam sobre as ações que eles consideram supervalorizadas e subvalorizadas. Segundo a pesquisa, as ações de tecnologia, cuidados pessoais e alimentos e bebidas estão negociando acima do valor. Já os papéis de bancos, recursos básicos e energia estão abaixo do valor justo.

Quais setores da economia estão supervalorizados e subvalorizados na Europa, na visão dos gestores:

(resultados positivos representam o percentual de gestores que indicam supervalorização, enquanto resultados negativos indicam o percentual de gestores que apontam subvalorização)

Fonte: BofA – Pesquisa aos gestores de fundos europeus (junho)