Quanto rende um CDB hoje? Taxas de prefixados mantêm tendência de queda e pagam até 13,57% ao ano

Analistas não veem, por enquanto, motivos para a quebra da sequência de quedas dos juros de CDBs prefixados

Leonardo Guimarães

(Unsplash)

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Enquanto a expectativa do mercado financeiro para a inflação deste ano diminui, as taxas dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) acompanham o movimento e recuam. No último dia 11, o IBGE mostrou que a inflação oficial do Brasil caiu 0,08% em junho, confirmando a expectativa de deflação e pressionando o Banco Central na diminuição da taxa básica de juros.

Ao mesmo tempo, o IBC-Br, tido como uma prévia de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, caiu 2% em maio, conforme divulgou o Banco Central na última segunda-feira (17).

Com isto, os CDBs emitidos na quinzena entre 4 e 17 de julho tiveram queda nas taxas.

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A dúvida que o mercado tinha entre queda na Selic em agosto ou setembro parece ter sido dirimida pelos últimos indicadores econômicos. Na B3, o contrato que precifica manutenção da Selic em 13,75% fechou a 6 na terça-feira (18), mostrando que o mercado coloca apenas 6% de probabilidade deste cenário acontecer em agosto.

Um levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney analisou os CDBs emitidos entre 4 e 17 de julho e mostrou que o retorno dos prefixados segue caindo.

Na última leitura, entre 20 de junho e 3 de julho, os prefixados de 12 meses pagavam, em média, 12,41% ao ano. No último levantamento da Quantum, a taxa média para o período recuou para 11,92%.

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A taxa média de prefixados caiu em todos os prazos analisados no levantamento. As taxas mínimas e máximas também caíram em todos os recortes de vencimento, com exceção da maior taxa em títulos para 36 meses – que somaram apenas três emissões no período.

Para Marina Renosto, head de alocação da Blackbird Investimentos, “não existe expectativa de reversão dessa tendência [de queda nas taxas de prefixados]”. A especialista complementa: “enquanto o mercado esperar uma inflação mais controlada e próxima da meta e, consequentemente, uma Selic mais baixa, devemos ver esse movimento acontecendo”.

O número de emissões de CDBs prefixados subiu de 103 na quinzena anterior para 112 no levantamento mais recente.

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Retornos de CDBs prefixados (04 a 17/jul)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
3 PREFIXADO 12,00% 13,24% 13,57% 25 Banco Daycoval
6 PREFIXADO 12,30% 12,89% 13,39% 46 Banco Daycoval
12 PREFIXADO 11,30% 11,92% 12,24% 29 Banco Daycoval
24 PREFIXADO 9,90% 10,55% 11,01% 9 Banco Daycoval
36 PREFIXADO 10,60% 10,71% 10,82% 3 Banco Daycoval

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda

CDBs pós-fixados

Nos títulos bancários atrelados ao CDI, também houve queda nas taxas. Esses instrumentos pagavam até 120% do CDI até 3 de julho. Agora, o retorno máximo é de 117% do CDI.

Apenas a taxa média para os títulos de 6 meses avançou – de 100,14% do CDI para 100,45%. Em todos os outros recortes de prazo houve queda na taxa média, mínima e máxima.

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Destaque para a taxa média dos pós-fixados de 12 meses, que caiu de 102,60% do CDI para 100,58%.

Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos, explica que, no longo prazo, houve abertura da curva de juros e, por isso, a remuneração dos pós-fixados caiu. “Os juros longos sofrem influência de mais variáveis, já que o espaço de tempo analisado é mais longo”, diz.

O número de emissões de CDBs pós-fixados caiu de 284 na leitura anterior para 243 na última quinzena analisada.

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Retornos de CDBs indexados ao CDI (04 a 17/07)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
3 %CDI 91,00% 100,62% 105,50% 32 Banco Pan
6 %CDI 97,50% 100,45% 105,00% 44 Banco Daycoval
12 %CDI 90,00% 100,58% 113,00% 70 Paraná Banco
24 %CDI 92,00% 99,78% 105,00% 37 Banco ABC Brasil
36 %CDI 100,00% 102,78% 117,00% 60 Sinoserra Financeira

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda

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CDBs atrelados à inflação

As taxas dos títulos indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) não escaparam da tendência de queda dos prefixados e atrelados ao CDI. A rentabilidade real média dos papéis de 12 meses caiu de 8,39% para 7,14%.

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O movimento da última quinzena marca o fim das altas de CDBs de inflação explicadas pela queda na expectativa de inflação no curto prazo.

As taxas médias recuaram de 6,73% para 6,11% no prazo de 24 meses e de 6,54% para 6,07% nos papéis de 36 meses. O número de emissões de CDBs de inflação teve queda brusca ao passar de 118 para 45.

O levantamento da Quantum Finance também mostrou que a taxa máxima dos CDBs de inflação subiu de 7,20% para 6,45% para papéis com vencimento em 24 meses. O papel de maior taxa foi emitido pelo Banco Pan e paga 8% além da variação do IPCA.

Retornos de CDBs indexados à inflação (04 a 17/jul)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
12 IPCA 6,60% 7,14% 8,00% 4 Banco Pan
24 IPCA 5,00% 6,11% 6,65% 25 Haitong Banco de Investimento do Brasil
36 IPCA 6,00% 6,07% 6,30% 16 Haitong Banco de Investimento do Brasil

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda