Política monetária vai determinar vencedores entre emergentes

Moedas como peso mexicano, real e forinte, da Hungria, se destacam em meio ao aumento dos juros pelos bancos centrais

Bloomberg

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(Bloomberg) – As políticas de bancos centrais que não querem correr risco com a inflação determinarão as vencedoras entre moedas de mercados emergentes. O truque é identificar os que estão prontos para transformar a retórica em ação.

Entre as recentes vencedoras se destacam o peso mexicano, o real e o forinte da Hungria, moedas cujos bancos centrais aumentaram os juros este mês, protegendo sua vantagem relativa de rendimento contra a aceleração dos preços e a perspectiva de alta das taxas nos Estados Unidos.

O rublo russo superava o desempenho da maioria de seus pares na segunda-feira. A presidente do banco central da Rússia, Elvira Nabiullina, disse que a autoridade monetária pode avaliar um aumento dos juros em julho. As atenções agora se voltam para a Colômbia, Turquia e Polônia, onde os bancos centrais devem decidir o rumo da política monetária nas próximas semanas.

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A onda de aperto na semana passada impulsionou os mercados. Um indicador de moedas no mundo em desenvolvimento se recuperou depois da maior queda de cinco dias em nove meses, impulsionado pelo aumento surpresa da taxa de juros no México, o que valorizou o peso em quase 2% na quinta-feira.

Na Hungria, o banco central indicou que pode seguir em frente com mais altas, impulsionando o forinte ao maior ganho semanal em mais de um mês em relação ao euro.

Isso mostra que mesmo com a probabilidade de o Federal Reserve manter as taxas de juros perto de zero até 2023 – reduzindo o risco de saídas da classe de ativos -, investidores colocam um prêmio para países com uma postura de aperto da política monetária em meio à recuperação da economia global.

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“O aperto monetário mais rápido do que o esperado está contribuindo para este rali”, disse Sébastien Barbé, chefe de estratégia para mercados emergentes no Crédit Agricole CIB. “O México surpreendentemente subiu (os juros), e agora investidores de mercados emergentes cada vez mais se perguntam quem será o próximo.”

Os aumentos agregados dos juros de bancos centrais de mercados emergentes atingiram 205 pontos-base em junho em relação à média de 109 em abril e maio, de acordo com o Crédit Agricole. No Brasil, o Banco Central liderou, mais do que dobrando o nível da Selic, e mercados financeiros precificam mais aumentos em 2021, o que levou a um ganho de quase 6% do real em junho.

O Wells Fargo está mais otimista com o real e o rublo, pois os bancos centrais do Brasil e da Rússia parecem “os dois mais hawkish”, ou inclinados ao aperto da política monetária, nas economias em desenvolvimento, disse o estrategista Brendan McKenna, em Nova York. As moedas estão entre as maiores vencedoras nos mercados emergentes neste ano.

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