Pimco: mesmo com juros baixos, renda fixa continua a oferecer benefícios e potencial de valorização

Além do uso da classe para diversificação da carteira, gestora diz que cenário é favorável para classe e vê taxas atrativas no crédito privado

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Com os juros em patamares baixos ao redor do mundo, é cada vez mais comum investidores se questionarem da importância de manter uma fatia alocada em ativos de renda fixa na carteira.

O momento, contudo, não é para desinvestir da classe, segundo a gestora americana Pimco, dado o caráter mais defensivo dos ativos.

Com US$ 1,9 trilhão em ativos sob gestão e conhecida pela expertise na renda fixa, a Pimco destaca, em relatório, o benefício da diversificação do portfólio ao manter uma parcela dos investimentos na classe, bem como chama também atenção para a atratividade dos prêmios pagos por títulos de crédito privado em comparação com as ações negociadas nas bolsas.

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Confira, a seguir, as principais razões apontadas pela gestora para que o investidor mantenha suas alocações em renda fixa:

Diversificação

Segundo a gestora americana, um dos grandes benefícios do investimento em renda fixa é a diversificação dentro de um portfólio com ativos de maior risco, de forma a minimizar eventuais eventos fora do radar.

Para Jamil Baz, corresponsável por soluções e análise de clientes da Pimco, e Josh Davis, gestor de estratégias quantitativas, que assinam o relatório, embora nas últimas décadas a correlação entre renda fixa e renda variável tenha sido baixa, os retornos da renda fixa foram positivos em praticamente todas as recessões desde 1952, até mesmo em períodos em que essa correlação foi positiva.

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Fundamentos favoráveis

E embora a inflação continue a ser um fator de risco no longo prazo, a Pimco defende que o ambiente de menor produtividade, desigualdade crescente e política monetária flexível esperado para os próximos anos vai contribuir para um cenário favorável aos juros baixos, que podem até cair ainda mais.

Juros baixos tendem a gerar juros ainda mais baixos, aponta o relatório da gestora, que destaca a perspectiva de aumento dos preços dos ativos como consequência da redução das taxas.

“Se os juros caem, os incentivos para a alavancagem aumentam, os ativos de risco geralmente sobem, a economia se torna mais dependente dos efeitos patrimoniais e os portfólios mais alavancados se tornam mais sensíveis aos aumentos nas taxas de juros”, escreve a casa.

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Crédito privado

Na avaliação da Pimco, os ativos de crédito privado continuam com preços atrativos em relação às ações, que estão próximas de suas máximas históricas, o que abre oportunidade para investidores com perfil que suporte o risco adicional ao dos títulos soberanos.

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Gestores de crédito privado enxergam ambiente favorável com alta da taxa Selic

A casa reforça que a troca de títulos públicos para privados aumenta necessariamente o prazo de investimento, dado que o investidor terá que abrir mão de liquidez, mas que, de forma geral, os investidores têm sido recompensados com um retorno excedente de 2% a 4% em troca da imobilização do capital por cinco a dez anos.

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Gestão ativa

Ao investir em renda fixa, a recomendação dos especialistas da Pimco é utilizar uma gestão ativa para ampliar os retornos na classe, em que os gestores têm mais capacidade de gerar alpha, ou seja, retorno excedente ante os benchmarks, em comparação ao mercado acionário.

Isso porque esse é um mercado ainda amplamente dominado pelos títulos públicos e a gestão passiva, o que dá aos gestores especializados capacidade para adequar a carteira conforme as mudanças repentinas do cenário, como aumentar a duration (prazo médio de duração) em momentos de menor aversão ao risco, bem como ganhar com a arbitragem da inclinação da curva de juros ou com os próprios níveis de volatilidade.

Além disso, por meio da gestão ativa é possível ter exposição a títulos “high yield” (que embutem maior expectativa de risco e retorno) e ativos de renda fixa de mercados emergentes, muitas vezes inacessíveis ao investidor pessoa física.

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O InfoMoney premiou, nos dias 23 e 24 de fevereiro, os gestores de fundos de ações, multimercados, renda fixa e de fundos imobiliários que conseguiram entregar aos investidores retornos com consistência nos últimos três anos.

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