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Petrobras (PETR4) aplica maior redução de proventos do mundo e afeta ranking global no 3º tri

Janus Henderson aponta queda de 0,9% dos proventos globais no terceiro trimestre de 2023

Ana Paula Ribeiro

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A Petrobras (PETR4) foi uma das grandes responsáveis pela queda no pagamento de dividendos no ano de 2023. Os cortes promovidos pela estatal fizeram com que os dividendos globais caíssem 0,9%, para US$ 421,9 bilhões no terceiro trimestre do ano, segundo a gestora britânica Janus Henderson.

Os dados do Índice Global de Dividendos, que está em sua 40ª edição, mostram que sem o efeito da Petrobras e da mineradora australiana BHP, o pagamento de dividendos teria tipo um crescimento de 5,3%.

“Vale a pena observar que o impacto da BHP e da Petrobras foi desproporcionalmente grande. O fato de termos observado cortes tão acentuados dos dois maiores pagadores de dividendos do mundo em 2022 é muito incomum. Essas duas empresas sozinhas reduzirão a taxa de crescimento global em dois pontos percentuais no ano inteiro, mascarando um progresso significativo em todo o mercado”, explica a gestora.

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Os cortes das duas empresas e a valorização do dólar em escala global, o que reduz o pagamento de dividendos feitos em outras moedas, são as razões pelas quais a Janus Henderson também reduziu a projeção para o ano, que passou de US$ 1,64 trilhão para US$ 1,63 trilhão. Ainda assim, um crescimento de 4,4%. E, sem o efeito de Petrobras e BHP, o crescimento subjacente pode chegar a 5,3%.

Maior diversidade

Na avaliação da gestora, apesar da queda provocada por Petrobras e BHP, a perfil do pagamento de dividendos está melhor, com crescimento em uma gama maior de setores e não só os ligados a commodities.

Para Ben Lofthouse, head de renda variável da Janus Henderson, é normal que ocorra uma variação grande nos dividendos pagos por produto de commodities, já que os desembolsos variam com o ciclo de preço dessas matérias-primas.

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“Nossos números mostram que uma carteira de renda globalmente diversificada tem estabilizadores naturais. Setores em ascensão, como bancos e petróleo, foram capazes de contrabalançar aqueles com dividendos em declínio, como mineração e química. E é claro, os dividendos costumam ser muito menos voláteis do que os lucros ao longo do tempo, proporcionando conforto em tempos de incerteza econômica”, explica.

Outro fator destacado é que nove em cada dez empresas avaliadas aumentaram ou mantiveram estáveis os pagamentos de dividendos.

Brasil e China

O efeito Petrobras também atingiu diretamente o desempenho do Brasil no ranking. A estatal pagou, na comparação anual, US$ 9,6 bilhões a menos em dividendos. Isso fez com que o total de proventos pagos no Brasil caísse 67,1% em 2023 na comparação com o ano passado.

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Mas a Petrobras não está sozinha. A Vale também promoveu uma queda no pagamento de dividendos ao longo do ano. Do lado positivo, parte do setor bancário, como o Bradesco, elevaram os desembolsos para os acionistas.

Já o recorde no pagamento de dividendos ficou com a China. O país asiático tem as três primeiras colocadas no ranking do terceiro trimestre: China Construction Bank, Petrochina e China Mobile.

Essa posição, no entanto, não está isenta de críticas por parte da gestora. “Os dividendos chineses atingiram um novo recorde, graças a um grande aumento da PetroChina, mas isso ocultou a fraqueza entre os bancos e empresas imobiliárias do país.”

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Confira os destaques do mercado assistindo ao Radar InfoMoney:

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney