Onde alocar agora? Gestores aumentam posição em commodities e estão otimistas com setor financeiro

Por outro lado, maioria não acredita que os estímulos chineses serão suficientes para elevar ainda mais o preço das matérias-primas agora

Bruna Furlani

(Carolyn Cole/Getty Images)
(Carolyn Cole/Getty Images)

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O aumento nos preços do petróleo e de outras matérias-primas como o minério de ferro nas últimas semanas fez com que gestores voltassem a aumentar posição em ações de commodities em setembro.

É isso o que mostra uma pesquisa feita pelo Bank of America com 31 gestoras da América Latina com cerca de US$ 80,3 bilhões sob gestão.

Em relatório enviado a clientes nesta semana, a equipe de análise do banco destacou que ações de commodities tiveram um desempenho superior na comparação com papéis de outros setores devido ao baixo posicionamento dos investidores e ao aumento de preços visto recentemente.

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Na última terça-feira (12), por exemplo, o contrato futuro de petróleo Brent terminou o dia cotado em US$ 92,06, enquanto o minério de ferro fechou a sessão a US$ 120. A título de comparação, o minério de ferro chegou a ser negociado a US$ 103 no meio de agosto deste ano.

Apesar do aumento das posições, 58% dos participantes não acreditam que os estímulos anunciados pelo governo chinês para impulsionar a economia local serão suficientes para elevar ainda mais o preço das commodities nos próximos seis meses.

Maior otimismo com setor financeiro e de energia

Além da alocação em papéis de commodities, as casas mostraram-se mais otimistas com posições acima da média de mercado (overweight) em ações do setor financeiro e de energia.

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Por outro lado, as gestoras estão com uma posição abaixo da média de mercado (underweight) em ações mais ligadas a consumo discricionário (bens e serviços que os consumidores consideram não essenciais, mas que são desejáveis).

No geral, a avaliação é que o Ibovespa deve encerrar 2024 entre 130 mil e 140 mil pontos e a expectativa de cerca de 45% dos gestores é que os investidores voltem a adicionar mais risco à carteira quando a taxa básica de juros bater 10%.

Atualmente, a maior parte dos participantes acredita que a Selic deve terminar entre 8,5% e 9,25% até o fim do ciclo.

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Crescimento do Brasil

As casas também estão mais otimistas com o crescimento econômico do Brasil. Na pesquisa, aumentou o percentual de participantes que estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ficar acima de 2% em 2023. Agora, o número chegou a 81%, contra 47% no levantamento feito em agosto.

Já para 2024, a expectativa é que o PIB termine entre 1% e 2%.

Ambas as projeções são um pouco menos otimistas do que as do BofA, que espera que o PIB avance 3% neste ano, e 2,2% em 2024.

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A equipe de análise do BofA também aguarda um ambiente de maior estabilidade para o real, projetando que a cotação do dólar deve ficar entre R$ 4,81 e R$ 5,10 no próximo ano.

Olho no exterior

Na avaliação dos profissionais do banco, o maior risco de cauda para os mercados latino-americanos está no aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, seguido por preocupações com a China e com os preços das commodities.

Atualmente, agentes financeiros colocam uma probabilidade implícita de 97% de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) irá manter os juros entre 5,25% e 5,50% na reunião da próxima semana, segundo dados do CME Group.

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Já para o encontro de novembro, a mesma pesquisa traz que o mercado parece dividido quanto a um aumento ou não: 58% acreditam na manutenção das taxas, enquanto 41% defendem uma elevação de 0,25 ponto percentual para o patamar entre 5,50% e 5,75%.