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SÃO PAULO – Roberto chegou na agência onde tem conta e pediu para falar com seu gerente. Serviram-lhe um café forte de cápsula e pediram que aguardasse. Menos de cinco minutos depois, ele estava sentado diante do homem que cuidava dos R$ 300 mil que tinha acumulado durante anos de trabalho.
Estava com pressa, então foi direto ao assunto. Não queria mais pagar R$ 85 por mês pela cesta de tarifas da conta corrente. O gerente resolveu rápido: combinou que enquanto ele tivesse aquele valor aplicado ficaria isento deste pagamento. Economizaria cerca de R$ 1 mil por ano só com as tarifas.
Mas não era só isso. Ele também tinha um cartão cuja anuidade debitava R$ 300 de sua conta corrente a cada 12 meses. Com o acordo, ele não teria mais que pagar um centavo por isso. A ideia parecia boa. Feliz, ele se levantou, cumprimentou o gerente e foi embora certo de que acabara de fazer um ótimo negócio.
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O que Roberto não sabia é que tinha acabado de deixar na mesa do gerente mais de R$ 4 mil anuais com esse aperto de mão.
O problema é que ele não avaliou o custo das aplicações do banco sobre o seu dinheiro. Investidor conservador, ele tem mais da metade do seu saldo (R$ 200 mil) aplicado em um fundo DI que cobra taxa de 1,5% ao ano – não vamos avaliar a falta de diversificação da carteira neste momento.
Isso quer dizer que só com este fundo ele paga R$ 3 mil por ano de taxa. O ponto é que um fundo praticamente igual, que investe nos mesmos títulos públicos pós-fixados, está disponível nas plataformas digitais de investimentos com taxa de 0,2% ou até menos – que equivale a R$ 400 por ano neste exemplo.
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Apenas ao investir neste fundo caro ele pagou R$ 2,6 mil a mais por ano. Mas não para por aí. Os outros R$ 100 mil ele deixa em CDBs que remuneram a 90% do CDI. Seu rendimento, portanto, fica perto dos R$ 4,6 mil por ano com este investimento, já livre de Imposto de Renda.
Já se investisse em um CDB que paga 120% do CDI ele receberia em torno de R$ 6,1 mil líquidos por ano – R$ 1,5 mil a mais que no CDB do banco.
No final das contas, os R$ 300 mil de Roberto lhe rendem por ano em torno de R$ 11,8 mil no banco. Se escolhesse investir em uma corretora com plataforma aberta, ele ganharia facilmente R$ 15,9 mil – R$ 4,1 mil a mais – sem nenhum risco extra.
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Exemplo da vida real
Roberto é um personagem fictício, mas todas as contas e taxas utilizadas são reais e histórias como esta acontecem com milhares de investidores brasileiros. “Lido diariamente com clientes nesta situação. Eu preciso fazer as contas e mostrar detalhadamente tudo que eles perdem quando mantêm o dinheiro no banco para obterem desconto de tarifas”, diz Rodrigo Marcatti, sócio-fundador da Veedha Investimentos.
Um dos casos reais aconteceu com o gerente de marketing Marcelo Pimentel. Ele tinha isenção da cesta de tarifas no valor de R$ 79 com a condição de manter suas aplicações no banco. Sem assessoria adequada, sua carteira era concentrada em CDBs e fundos multimercados que rendiam pouco – conseguia em média 95% do CDI por mês.
Depois de conversar com um assessor de investimentos, Pimentel percebeu que estava perdendo dinheiro. Resolveu tirar suas aplicações do banco e hoje ganha em média 130% do CDI investindo em Tesouro Direto, ações, COE, fundos multimercados e renda fixa.
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O rendimento atual é suficiente para pagar a cesta do banco onde manteve a conta corrente, e ainda sobra uma boa quantia.
Os casos acima mostram como os bancos ganham rios de dinheiro com taxas altas de fundos e com os retornos que oferecem nas aplicações de renda fixa. E acredite, este jogo pode ser ainda menos vantajoso para o cliente.
Nestes exemplos consideramos investidores que têm privilégios por aplicarem mais de R$ 100 mil. Para quem tem menos dinheiro, as condições são ainda piores – há fundos DI que chegam a cobrar 3% ao ano, 15 vezes mais do que os fundos mais baratos do mercado.
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Veja o exemplo na tabela abaixo, que considera um investidor que tem R$ 100 mil em aplicações no banco:
Cesta de tarifas | Banco | Anuidade | Quanto rende R$ 100 mil * | Quanto deixa de ganhar** | Quanto sobraria após pagar a cesta de tarifas |
Cesta Bradesco Prime Clássica | Bradesco | R$ 834 | R$ 4.600,00 | R$ 1.520,00 | R$ 686,00 |
Personalité Multicontas Maxi | Itaú | R$950,40 | R$ 4.600,00 | R$ 1.520,00 | R$ 569,60 |
Pacote Private Especial | Banco do Brasil | R$ 922,56 | R$ 4.600,00 | R$ 1.520,00 | R$ 597,44 |
Pacote Select | Santander | R$1.072 | R$ 4.600,00 | R$ 1.520,00 | R$ 448,00 |
- Considerando CDB 90% do CDI e o CDI em 6,39% a.a
-
** Considerando a diferença de rendimento entre o CDB de uma corretora e do banco
Pagar tarifa no banco e investir bem
Se você faz questão de manter a conta em um grande banco que cobra tarifas, é melhor pagá-las do que deixar dinheiro aplicado nestas condições para ganhar isenção.
Como mostramos, se aplicar em produtos melhores, o rendimento será suficiente para pagar as tarifas da conta, a anuidade do cartão de crédito e ainda vai sobrar uma boa quantia.
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Uma outra opção ainda mais vantajosa é migrar a conta do banco tradicional para uma conta digital isenta de tarifas. Você deixa sua conta corrente no banco digital e abre conta nas empresas de investimentos com plataforma aberta, como a XP Investimentos, a Rico ou a Clear.
Neste caso, você vai poder aproveitar todo rendimento das aplicações sem precisar pagar por cestas ou tarifas avulsas em sua conta corrente.
Uma dica: em relação ao cartão de crédito, negocie a anuidade com o setor de atendimento a clientes. Se você mantiver gastos constantes, pode ter isenção de algumas parcelas ou até mesmo de toda anuidade.
Mais produtos e assessoria de investimentos
Além de ter acesso a produtos muito mais baratos, quem aplica nas plataformas digitais de investimento pode escolher entre centenas de fundos de gestores renomados e que, na média, entregam resultados maiores do que os fundos geridos pelos bancos.
Estas plataformas também disponibilizam dezenas de CDBs, LCIs, LCAs e outras aplicações de renda fixa com taxas mais atrativas e com variados prazos de vencimento e de carência.
Aliás, se você achou exagerada a concentração da carteira do personagem inicial, saiba que este tipo de atitude é comum, principalmente por conta da falta de conhecimento financeiro dos clientes, que também contam com pouco auxílio do gerente da conta.
“Clientes que possuem até R$ 2 milhões ainda não se enquadram no segmento private (que atende clientes a partir de R$ 3 milhões) dos bancos, por isso não têm uma assessoria de investimentos ativa. É comum que haja uma concentração excessiva em determinadas aplicações”, afirma Marcatti.
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