Mesmo com minério de ferro em queda, corretora segue otimista com Vale

Coinvalores afirma que o minério de ferro a US$ 120 por tonelada ficou no passado

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – “O ponto principal quando olhamos para o setor de mineração é que daqui por diante vocês podem esquecer aqueles preços que vigoraram de 2010 a 2012. Valores acima de US$ 120/ton (para o minério de ferro)? Ficarão para os livros de história”, crava a corretora Coinvalores em seu anuário especial de 2015 em relação ao setor de mineração. Mesmo assim, a instituição financeira se mantém otimista com o desempenho da Vale (VALE3, VALE5) nesse ano.

Para os analistas, o principal problema do atual preço em relação minério de ferro é um excesso de oferta global da commodity contra uma queda na demanda da China que não é compensada pela recuperação da economia dos EUA e da Europa. No entanto, isso não é o fim do mundo para gigantes como a Vale, que continua sendo uma empresa extremamente lucrativa, principalmente por conta da quantidade de sua produção, qualidade de seu minério e diferenciais logísticos, de acordo com a corretora.

Sabendo da proximidade desse cenário mais complicado, a mineradora tem feito uma redução em seus investimentos desde 2011, diminuído custos e desinvestindo em segmentos secundários. “Notoriamente, os resultados desse redimensionamento não aparecem “do dia pra noite”, ainda mais em se tratando de uma das maiores mineradoras do mundo”, apontam os analistas.

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Assim, o foco da empresa tem sido na execução de projetos de nível mundial, que compreendem a expansão na produção do minério de ferro e sua rede de distribuição, e também o desenvolvimento de uma operação integrada de mina-planta-ferrovia em Moçambique.

A Coinvalores ainda destaca o acordo da empresa com a Cosco (China Ocean Shipping Comompany), que é o maior armador e transportador de granéis sólidos da segunda maior economia do mundo, realizado em setembro do ano passado. “Tal operação vem de encontro com a estratégia da companhia de diminuir custos com frete (mantém competitividade frente a concorrentes que estão geograficamente mais próximos da Ásia) e de manter o foco na produção de minério de ferro”, escreve a corretora.

Assim, em um horizonte de médio e longo prazo a perspectiva dos analistas é positiva. “Embora a perspectiva seja de menor crescimento na China, o consumo de minério de ferro  por lá continuará evoluindo além da capacidade de abastecimento interno, favorecendo sobremaneira Brasil e Austrália”, afirma a Coinvalores.