Mercado mira ativos emergentes à prova de redução de estímulo

Fundos de títulos de mercados emergentes atraíram US$ 3,4 bilhões nas quatro semanas até 28 de maio, enquanto os fundos de ações receberam US$ 6,6 bilhões

Bloomberg

(Getty Images)
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(Bloomberg) – O debate sobre quando o Federal Reserve começará a reduzir as compras de títulos atrai alguns investidores para ativos de mercados emergentes menos expostos a um possível aumento dos rendimentos de títulos dos Estados Unidos.

William Blair Investment Management e Fidelity International apostam em títulos de alto rendimento ou de fronteira, que são menos sensíveis às taxas de juros dos EUA.

Ao mesmo tempo, o Bank of America recomenda que investidores comprem títulos de mercados emergentes denominados em euros, prevendo que os rendimentos da moeda única permanecerão estáveis, mesmo quando o Fed anunciar planos de reduzir sua campanha de compra de títulos, provavelmente em setembro.

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O mercado busca se proteger da turbulência ocorrida em 2013, quando moedas e títulos de países em desenvolvimento caíram por cerca de seis semanas enquanto o dólar e juros dos EUA subiam em resposta à indicação do Fed de que reduziria as compras de dívida.

Os dados do mercado de trabalho na sexta-feira mostraram crescimento sólido, sinalizando que a recuperação dos EUA está no caminho certo. Resta saber quando o Fed vai considerar a recuperação forte o suficiente para começar a retirar o estímulo.

“Um ‘taper tantrum’ que leve a um aumento nas taxas dos EUA começaria a atrair investidores da maioria das outras classes de ativos, incluindo ativos de mercados emergentes, para os EUA”, disse Randy Kroszner, professor de economia da Escola de Negócios Booth da Universidade de Chicago, em referência ao termo em inglês que caracterizou a reação negativa do mercado em 2013 à redução do estímulo.

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“Seria a hora de migrar para a qualidade relativa. Seria o momento em que as pessoas migrariam para ativos de mercados emergentes relativamente mais seguros e abandonariam os relativamente mais arriscados”, disse Kroszner, que também foi membro do Conselho de Governadores do Fed.

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Certamente, a onda vendedora pode não chegar nem perto da magnitude vista em 2013, porque os países em desenvolvimento têm melhores reservas hoje, incluindo saldos em conta corrente mais fortes e rendimentos reais positivos.

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Melhorar as expectativas de crescimento também apoiará os mercados acionários e algumas moedas. Ainda assim, investidores continuam preocupados com uma possível medida de aperto repentina do Fed nos próximos meses, o que poderia reverter os fluxos de capital para mercados emergentes.

Redução do estímulo

“O espaço dos mercados emergentes terá que navegar em torno da comunicação do Fed sobre a redução”, disse Eugenia Victorino, chefe de estratégia para a Ásia no Skandinaviska Enskilda Banken, em Singapura.

“O posicionamento estrangeiro também é importante. Se houver aumento do posicionamento estrangeiro, o risco de uma reversão dos fluxos teria um impacto mais drástico do que se o posicionamento for ‘light’.”

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Os fundos de títulos de mercados emergentes atraíram US$ 3,4 bilhões nas quatro semanas até 28 de maio, enquanto os fundos de ações receberam US$ 6,6 bilhões, segundo cálculos da Bloomberg com base em dados da EPFR Global.

A dívida em moeda local é frequentemente vista como mais suscetível a qualquer valorização do dólar ou aumento dos rendimentos dos EUA, porque qualquer um reduziria o retorno das chamadas operações de carry trade, ou arbitragem de taxas de juros.

Um estudo da Bloomberg News identificou que um aumento de 25 pontos-base dos rendimentos em um mês seria o ponto de inflexão para oscilações em moedas de maior rendimento, como a lira turca, o rand sul-africano e o peso mexicano.

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Emily Weis, estrategista macro da State Street em Boston, recomenda a compra de ações de países em desenvolvimento. É uma visão compartilhada pela TS Lombard, que considera esses ativos mais seguros, pois são mais guiados pelo dólar e ações dos EUA do que pelos Treasuries.

Para outros, determinar o melhor lugar para enfrentar a tempestade da redução do estímulo significa avaliar o desempenho dos países durante a pandemia. Para isso, a Eurizon SLJ Capital olha mercados onde a demanda por commodities e bens de capital é mais forte, disse Alan Wilson, gestor da empresa.

Ele espera um cabo de guerra entre os mercados e o Fed sobre quando aumentar os juros e está se posicionando para rendimentos mais altos que viriam em seguida com a manutenção de dívida em moeda estrangeira do Egito, Gana e Omã.

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“O contínuo excepcionalismo americano deve resultar em mais testes do mercado sobre a postura acomodatícia do Federal Reserve”, disse Wilson.

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