Mercado começa a ver reversão no fluxo e fundos voltam a captar, diz presidente da Anbima

Movimento tem sido impulsionado pelo início da flexibilização monetária, segundo presidente da associação

Bruna Furlani

(Getty Images)
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Após um período de sangria nos fundos de investimento no primeiro semestre do ano, a indústria começou a ver uma reversão no fluxo em julho. A afirmação é de Carlos André, presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Depois de um período marcado pela concentração de investidores em investimentos de renda fixa, com destaque para os títulos isentos de Imposto de Renda (IR), o início do ciclo de flexibilização monetária pelo Banco Central está ajudando a impulsionar o fluxo de volta para os fundos de investimentos, disse André, em palestra no evento Anbima Summit nesta quarta-feira (16).

Segundo dados da Anbima, as captações líquidas da indústria local de fundos voltaram a ficar positivas no mês passado, no valor de R$ 14,7 bilhões – resultado também bem melhor do que no mês anterior, quando as saídas superaram as entradas em R$ 58,4 bilhões.

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O bom humor com os ativos de risco impulsionou também fundos de ações e ETFs (fundos de índice), que registraram uma recuperação na captação após meses de forte resgate ao longo deste ano.

Os fundos de ações tiveram, em julho, o melhor resultado em termos de captação desde agosto de 2021, de acordo com dados da Anbima. Embora ainda tenha sido um mês de mais saídas do que entradas, o montante final captado ficou negativo em R$ 261,6 milhões.

Há tempos que os fundos de ações não registravam um mês com saídas líquidas (depósitos menos resgates) na casa dos milhões. Até então, o montante girava em torno dos bilhões.

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Já os ETFs (fundos de índice) com foco em ativos de risco apresentaram captações líquidas positivas de R$ 966,4 milhões em julho. No mês anterior, esse tipo de produto tinha registrado saídas líquidas de R$ 84 milhões.

Maturidade da indústria

A volta das captações também foi impulsionada pela maturidade da indústria de investimentos, que foi capaz de atravessar a turbulência provocada por eventos de crédito envolvendo a Americanas e a Light no começo do ano.

“Conseguimos passar pelo período de turbulência de forma madura. A indústria foi capaz de passar pelos resgates. Foi uma prova de fogo que o mercado reagiu bem”, destacou André.