Menos é mais: na Bogari, poucas (e boas) decisões determinam desempenho dos fundos de ações

Flavio Szanejder, sócio da Bogari Capital, detalha ao Outliers a estrutura da gestora e fala das perspectivas para a Bolsa em 2022

Clara Sodré

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Uma trajetória um tanto singular, que começa fora das gestoras tradicionais da época – mais especificamente, por meio de investimentos pessoais. Esse é um breve resumo da história de Flavio Szanejder, sócio-fundador da Bogari Capital, que hoje conta com cerca de R$ 7 bi sob gestão.

Avesso aos holofotes, o gestor foi o convidado do novo episódio do podcast Outliers, que abordou a história de uma das gestoras de ações mais performáticas da indústria de fundos.

Para se ter uma ideia, os investidores que mantiveram os investimentos no principal fundo da casa – o Bogari Value FIC FIA – tiveram, na média, retornos de 123% em cinco anos, o que significa mais do que dobrar o capital aplicado. A janela de cinco anos é o prazo mínimo indicado para investimentos em ações ou fundos de ações.

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No mesmo período, o retorno do Ibovespa foi de 44%, pouco mais de um terço do que a Bogari conseguiu entregar. A rentabilidade já é calculada líquida de taxas.

Szanejder conta que para atingir esses retornos é necessário tomar poucas decisões, mas que sejam assertivas. Para isso, humildade, trabalho de campo e trocas entre o time são essenciais. “É humildade para mudar de opinião e saber que você não sabe tudo”, diz.

Para Flavio, entendendo a complexidade e a quantidade de variáveis que afetam o preço de uma ação, a discordância entre o time de gestão é fundamental. Afinal, a dificuldade de ponderar todas esses elementos ao montar uma posição é grande.

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O gestor conta que no processo de gestão, a tomada de decisão é feita de forma colegiada: os mais experientes opinam, discutem, discordam se for o caso, e chegam a um consenso.

O gestor fala, no podcast, sobre os desafios cenário econômico atual, com a inflação persistentemente alta, a renda em queda, o aumento do custo de capital somado aos resgates massivos nos fundos de ações. Tudo isso, somado à valorização das ações do setor de commodities, levou a Bogari a perder para o Ibovespa. “A gente nunca tinha perdido para o índice de forma relevante”, diz Szanejder.

Por outro lado, o gestor ressalta que o histórico do fundo é diferente, assim como deveria ser o horizonte de investimento no mercado acionário. O investidor de ações deve reservar para essa classe de ativos uma parte do capital que não vai precisar utilizar no curto prazo.

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O Outliers é apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts.