Justiça nega penhora de salário de jogador William Bigode em caso de golpe com criptos

No mês passado, o jogador Gustavo Scarpa pediu 30% do salário de Bigode para quitar parte de uma dívida de R$ 6,3 milhões

Lucas Gabriel Marins

Gustavo Scarpa, em partida pelo Palmeiras (Getty Images)
Gustavo Scarpa, em partida pelo Palmeiras (Getty Images)

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A batalha judicial entre os jogadores Gustavo Henrique Furtado Scarpa, ex-Palmeiras e hoje no clube inglês Nottingham Forest, e Willian Gomes de Siqueira (Willian Bigode), atualmente no Athletico-PR, ganhou mais um episódio nesta semana.

Em decisão divulgada na segunda-feira (31) no Tribunal de Justiça de São Paulo, o juiz Danilo Fadel de Castro rejeitou o pedido de penhorar 30% do salário de Bigode — feito pela defesa de Scarpa no mês passado — para saldar parte de uma dívida de R$ 6,3 milhões, fruto de um golpe com criptomoedas.

Scarpa, em processo que corre desde o ano passado, alega ter perdido esse montante milionário na pirâmide financeira Xland, que usava ativos digitais como isca para atrair vítimas. Ele afirma ter realizado o aporte após recomendação de Bigode, suas sócias (incluindo sua esposa) e a empresa deles, a WLJC Consultoria.

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Na decisão desta semana, Castro determinou que o bloqueio dos bens de Bigode e da empresa não ocorra até que uma investigação sobre supostas pedras de alexandritas da Xland, que seriam usadas como garantia, seja finalizada.

A defesa de Scarpa foi procurada, mas não enviou resposta até a publicação desta matéria.

Em nota, o advogado de Bigode, Bruno Santana, disse que o indeferimento do bloqueio salarial não merece qualquer reparo. “Mantemos a convicção inabalável acerca da ausência de qualquer responsabilidade de Willian, suas sócias e da WLJC em relação a inadimplência do contrato firmado entre o autor (Gustavo Scarpa) e a Xland”.

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Sobre as pedras, Santana falou que “o processo judicial possui regras e em reverência a estas regras o magistrado acertadamente acolheu o pertinente e coerente pedido que apresentamos a fim de que a Vara Federal do Acre seja acionada para prestar informações acerca da operação que desencadeou a apreensão das pedras que já tinham sido alvo de arresto efetivado pelo Judiciário Paulista desde março de 2023”.

Pirâmide cripto

A Xland, pirâmide financeira com criptos acusada por Scarpa de ser parceria da WLJC Consultoria, afirmava ser uma empresa locação de criptoativos. Na prática, prometia alugar tokens de terceiros e, em troca, pagar juros fixos de 5% ao mês.

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Desde o final do ano passado, o negócio é alvo de investigação do Ministério Público do Acre (MPAC). O órgão já pediu o bloqueio dos bens do negócio para garantir a indenização das possíveis vítimas.

Segundo o MPAC, a Xland tem “características comumente associadas aos chamados esquemas de pirâmide”. Disse ainda que a empresa engana pessoas e que não há informação detalhada sobre os proprietários e responsáveis pelo dinheiro.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney