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A Jive Investments e a Mauá Capital anunciaram ontem (12) a união das duas operações. Com a fusão, a nova casa terá R$ 13 bilhões sob gestão, com mais de 88 mil cotistas. O objetivo é aproveitar a complementariedade de ambas na gestão de fundos.
“É um passo largo para a criação do maior e mais amplo ecossistema de investimentos alternativos”, destaca Brunno Bagnariolli, CIO da Mauá. Com a fusão, a ideia das empresas é melhorar o leque de produtos voltados para o setor de infraestrutura, além de trazer mais opções como Fiagros (fundos que investem nas cadeias produtivas agroindustriais) e FIDCs (fundos que alocam em direitos creditórios).
Do lado da Mauá, pesa a expertise da gestora em lidar com ativos ligados ao setor imobiliário, além de infraestrutura e private equity. Na outra ponta, a Jive se destaca na parte de ativos alternativos (distressed assets), com foco na originação, aquisição e recuperação de créditos, direitos creditórios, precatórios, imóveis e outros ativos ilíquidos.
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Para os cotistas de ambas as gestoras, a fusão não muda nada na prática. “Não existirá assembleia para trocas de fundos. Aqui, o jogo é de somar”, diz Bagnariolli. “Essencialmente, a gente está dizendo que o que está hoje nos fundos não muda. Estamos agregando expertise e mais gente inteligente para opinar”.
Com a operação, Luiz Fernando Figueiredo – ex-diretor do Banco Central, sócio-fundador e CEO da Mauá – se tornará o presidente do Conselho de Administração da Jive e atuará ativamente na definição da estratégia de negócios. Já Bagnariolli será membro do Comitê Executivo da Jive e continuará à frente da gestão dos fundos hoje geridos pela Mauá.
A mudança está diretamente ligada ao processo de reestruturação pelo qual a Mauá passou no ano passado. Após uma performance “frágil” em ativos mais líquidos, a casa optou por trabalhar estritamente com investimentos alternativos, explica Bagnariolli. “Isso nos tornou uma plataforma que aspira o que a Jive aspira”, afirma.
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Em setembro do ano passado, a Mauá iniciou um processo de reestruturação de algumas áreas. Na época, a casa optou por reduzir a parcela de fundos multimercados sob sua gestão.
Quatro meses depois, mais mudanças. A gestora anunciou a aprovação da transferência de controle do fundo Mauá Capital Ações FIC FIA para o Grupo Suno. A medida foi aprovada em assembleia de cotistas. Na época, o fundo detinha R$ 50 milhões sob gestão e cerca de 8,5 mil cotistas.
Segundo comunicado distribuído pela Suno, a transferência estava ligada à uma decisão da Mauá Capital de concentrar sua atuação em ativos alternativos, especialmente no segmento imobiliário.
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Embora a fusão seja bastante nova, as duas casas não descartam novas aquisições. Alexandre Cruz, sócio da Jive, afirma que “se houver uma gestora que tem uma história parecida com esse casamento, não podemos descartar”.
Cruz defende que o otimismo está ligado ao fato de que os ativos alternativos podem ser vistos como composições mais protetivas neste momento de maior volatilidade, já que têm os retornos atrelados ao CDI (taxa de referência da renda fixa) ou a índices de inflação, como o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), por exemplo.
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