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Promotores dos Estados Unidos informaram na quarta-feira (4) que pretendem apreender dois jatos de luxo seriam frutos da fraude multibilionária pela qual o cofundador da FTX, Sam Bankman-Fried, está sendo julgado em um tribunal federal de Manhattan.
A propriedade dos jatos — um Bombardier Global 5000 BD700-1A11 e um Embraer Legacy EMB-135BJ — já é objeto no enorme disputa caso de falência da FTX em Delaware. Uma companhia aérea charter (com voos fretados não regulares de passageiros) das Bahamas afirma que comprou os aviões no ano passado por US$ 28,4 milhões, com base em um “acordo de aperto de mãos” com Bankman-Fried, com financiamento da FTX.
Autoridades dos EUA apreenderam o jato Bombardier em fevereiro, de acordo com documentos apresentados ao tribunal de falências. A empresa charter das Bahamas ainda tinha o Embraer Legacy no final do mês passado, mas disse que o governo dos EUA também ameaçou confiscá-lo.
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Não é a primeira vez que o governo dos EUA se apodera de ativos sob disputa após a queda da FTX. O país também apreendeu um lote de ações da Robinhood em janeiro, no valor de quase US$ 500 milhões, às quais Bankman-Fried, a FTX e empresa cripto BlockFi diziam ter direito.
Os aviões, destinados ao uso de Bankman-Fried, sua família, amigos, convidados e outros executivos da FTX, estavam sendo reformulados com interiores personalizados e Wi-Fi de última geração quando a exchange de criptomoedas entrou em colapso em novembro, de acordo com com a empresa das Bahamas. Ninguém da FTX jamais voou nos aviões.
Bankman-Fried está sendo julgado em Manhattan por múltiplas acusações de fraude e conspiração relacionadas à queda da FTX no ano passado, em esquema que teria gerado prejuízo estimado em US$ 8,7 bilhões. Ele alega inocência.
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Os argumentos de abertura do julgamento começaram na quarta-feira. Os promotores disseram que Bankman-Fried “mentiu para o mundo” enquanto construía seu império de criptomoedas, usando depósitos de investidores na FTX como conta bancária pessoal antes da queda da empresa, há um ano.
Os advogados de Bankman-Fried falaram que o governo retratou o seu cliente como um vilão de “desenho animado”, em vez do nerd da matemática que ele realmente era. Disseram ainda que ele nunca teve a intenção de “fraudar ninguém”.
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De acordo com uma pessoa familiarizada com a situação, que não quis ser identificada, Bankman-Fried chegou a resistir à ideia de ter jatos privados porque os considerava excessivos.
Seu desejo inicial era viajar em voos comerciais na classe executiva ou na primeira classe, mas, à medida que a empresa se tornou mais bem-sucedida, foi convencido a voar com aviões particulares — viajando frequentemente entre as Bahamas, onde ficava a sede da FTX, Nova York e Washington, onde se reunia com parlamentares com regularidade.
(Com informações da Bloomberg)