IP Capital: conheça o ativismo e a estratégia por trás da primeira gestora independente do Brasil

Bruno Barreto e Pedro Andrade, sócios executivos e gestores da casa, são os entrevistados do 16º episódio do podcast

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Uma das gestoras independentes mais longevas e conhecidas do mercado brasileiro, a IP Capital Partners tem em seu DNA a obsessão por encontrar empresas excepcionais para os seus portfólios, seja no Brasil ou no exterior.

Com um modelo de cogestão, o renomado fundo de ações IP Participações tem um retorno médio anualizado da ordem de 23% desde a implantação do Plano Real, em 1994. Em 2020 até outubro, o fundo apresentou ganho de 16,1%, ante uma queda de 18,8% do Ibovespa.

Adepta da filosofia do “value investing” e com inspiração em Warren Buffett desde sua criação, em 1988, a IP nasceu como uma casa focada na análise de ações e assim continua até hoje.

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Foi também precursora na adoção dos BDRs, certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países, mas negociados na B3, e uma escola de formação de profissionais como Bruno Levacov (hoje na Atmos), Marcelo Magalhães (Tork Capital) e Pedro Chermont e Pedro Rudge (ambos na Leblon Equities).

Sócios executivos e gestores da IP Capital Partners, Bruno Barreto e Pedro Andrade participaram do 16º episódio do podcast Outliers, apresentado por Samuel Ponsoni, analista de fundos da XP.

Na conversa, eles contaram que, desde o início, a gestora buscou ter uma atuação ativista nas empresas, em busca de melhorias internas, de estrutura de capital e até de comunicação com o mercado.

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“Naquela época, a IP também aprendeu muito a se proteger, a se juntar com outros investidores e atuar perante a CVM para conseguir se proteger, defender os interesses dos seus clientes e do mercado como um todo”, contou Andrade, que ingressou na casa em 2002 como estagiário.

Em 2001, a gestora começou a investir no exterior com uma fatia pequena dos recursos, em uma estratégia que cresceu gradualmente para os fundos locais, com a evolução da própria legislação. Em 2012, foi a vez de adotar os BDRs nas carteiras.

“Na época, o limite para investir no exterior era de 10% nos fundos de ações. Era muito pouco para realmente se defender dos problemas que estavam acontecendo no mercado. Foi uma inovação na Bolsa”, destacou Andrade, um dos cogestores do IP Participações.

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Naquele ano, o fundo tinha 25% do patrimônio no exterior. Hoje, a parcela internacional chega a dois terços da carteira.

“O fato de ter mais alternativas para comprar empresas excepcionais, fontes de informações infinitas e se tornar um melhor investidor no Brasil é motivo de sobra para o mercado exterior também ter sua atenção”, defende Andrade.

É fundamental, contudo, ter cuidado com a alocação do tempo, em meio a tantas alternativas disponíveis, alerta.

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As líderes da carteira

Com um universo de análise em torno de 40 empresas tidas como “excepcionais” no Brasil e mais de 120 no exterior, a carteira do IP Participações tem entre 15 e 20 posições, das quais as cinco primeiras tendem a responder por metade do portfólio. Berkshire Hathaway, Netflix e Charter estão entre as principais posições, seguidas pela brasileira B3.

No caso do IP Value Hedge, do qual Barreto é o gestor, o foco está em um horizonte de aproximadamente três anos, por meio de posições compradas e vendidas.

A primeira parcela é parecida com a do portfólio do IP Participações, explica Barreto, com 13 a 20 posições em média.

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Já na ponta vendida, o número oscila e foi reduzido significativamente desde 2015, quando o mercado começou a se preparar para uma retomada diante da mudança de governo. A queda dos juros também passou a pressionar a parte short da carteira.

“Chegamos a ter 15 posições na parcela vendida, representando de 15% a 20% da carteira. Hoje o fundo deve ter uns 5%”, assinala o gestor.

A exposição líquida, isto é, a diferença entre as posições compradas e vendidas, está hoje em torno de 70%, a máxima história do fundo.

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Confira o episódio completo para saber mais sobre a trajetória da IP e tenha acesso às entrevistas anteriores do Outliers por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcast.

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