Fundos imobiliários: quanto investir para receber o primeiro salário em dividendos

Veja as simulações de quanto aplicar, as vantagens e os riscos de depender de uma renda com FIIs

Wellington Carvalho

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Pagar as despesas do mês com o rendimento dos investimentos tem sido o sonho de um número cada vez maior de pessoas. A jornada para o objetivo pode ser longa, mas para alcançá-lo é preciso dar os primeiros passos.

Com retornos de até 1% ao mês, os fundos imobiliários podem ser um caminho para conquistar, por exemplo, o primeiro salário com dividendos. Mas quanto investir para ter direito ao montante?

A pedido do InfoMoney, Thomas Pedrinelli, analista do Mundo Invest, plataforma de dados financeiros, realizou uma simulação para descobrir quanto o investidor precisaria aplicar para receber, mensalmente, um salário mínimo líquido com dividendos dos fundos imobiliários.

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“Claro que temos de ficar de olho em quais fundos imobiliários investir, mas a escolha pode ser mais fácil do que comprar uma casa e colocá-la para alugar”, afirma.

Segundo Pedrinelli, a conta inicial que o investidor pode fazer é de um retorno de 0,7% ao mês com fundos imobiliários. Ou seja, de maneira aproximada, a cada R$ 10 mil investidos, é possível obter uma renda de R$70,00 ao mês, isento de imposto de renda.

“Se você pensa em investir em FIIs para obter uma renda extra de R$1,2 mil (valor do salário mínimo), é preciso o equivalente a R$170 mil”, calcula o analista.

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Pedrinelli pondera que, no momento, há boas oportunidades entre os fundos imobiliários e, em alguns casos, o retorno ao mês pode superar o patamar médio de 0,7%.

“Alguns setores têm se destacado e conseguem até pagar mais que a média, como os fundos de recebíveis, de agro e de logística”, pontua o analista.

Por outro lado, lembre-se que fundo imobiliário é um investimento de renda variável. Desta forma, explica o especialista, o valor investido nos FIIs e o próprio dividendo podem variar ao longo do tempo e de acordo com as operações do fundo.

Diferentemente da renda fixa – que entrega o retorno previamente prometido – não há nos fundos imobiliários a garantia de ganhos. Para reduzir os riscos da aplicação, especialistas sugerem estratégias como a diversificação do portfólio.

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Como funcionam os fundos imobiliários?

O especialista em finanças e investimentos José Passos, criador do canal Papo de Holder, também é um entusiasta dos fundos imobiliários como forma de garantir uma renda extra.

Passos lembra que o brasileiro culturalmente tende a investir em imóveis, mas o FII pode ser uma alternativa mais fácil e rápida de ingressar no mercado imobiliário.

Os fundos imobiliários captam recursos entre os investidores para a compra de imóveis que, posteriormente, podem ser alugados ou vendidos. As receitas obtidas nas transações – locação ou ganho de capital – são distribuídas entre os cotistas, na proporção em que cada um aplicou.

“Os rendimentos (dividendos) dos fundos imobiliários são isentos de Imposto de Renda, diferentemente dos aluguéis de imóveis tradicionais”, aponta Passos, que classifica a isenção como um dos principais atrativos do produto.

Leia mais:
Fundos Imobiliários: tudo o que você precisa saber para começar a investir

Ao longo dos anos, o mercado de fundos imobiliários se desenvolveu e hoje há fundos focados desde a administração de escritórios até imóveis rurais, passando por shoppings, galpões logísticos, hospitais e agências bancárias.

No mercado, o investidor também tem a opção dos FIIs de “papel”, que investem em títulos de renda fixa ligados ao segmento imobiliário. Os papéis são indexados a índices de preço e ao CDI (certificado de depósito interbancário) e se beneficiaram nos últimos meses com a elevação da inflação e dos juros no País.

Diversificação com fundos imobiliários

Os fundos imobiliários de “papel” têm sido protagonistas das listas dos maiores pagadores de dividendos. Em 2021, por exemplo, dos dez FIIs que mais pagaram rendimentos aos cotistas, oito foram de recebíveis. O Urca Prime Renda (URPR11), que encabeçou a relação, teve um retorno de 18%.

O resultado chama a atenção e pode estimular investidores a optarem apenas pelos fundos de “papel”. Um erro, na visão de Pedrinelli, que sugere a diversificação da carteira. Em caso de problema em um fundo ou uma classe de FII, o fluxo de dividendos do restante do portfólio seguiria preservado, detalha o analista.

“A diversificação é muito importante e é o X da questão para todos os investidores”, alerta. “É sempre muito importante não colocarmos todos os ovos dentro da mesma cesta”, explica.

Pedrinelli sugere um portfólio que contemple os principais segmentos dos fundos imobiliários, observando o peso de cada setor na carteira. Diante do cenário atual, ele recomenda maiores participações em setores como shopping, logística, além dos FIIs de recebíveis.

Em coluna no InfoMoney, Marcos Baroni, da Suno Research, detalhou a possibilidade e os riscos de manter um retorno constante com fundos imobiliários.

Locação de imóveis ou fundos imobiliários?

Além da isenção dos dividendos, a própria diversificação é uma das vantagens dos fundos imobiliários na comparação com a locação tradicional dos imóveis, aponta Passos.

“Com a locação tradicional, você concentra o capital em apenas um imóvel. Aquele bairro pode ser bom hoje, mas ninguém sabe o dia de amanhã”, reflete. “Com os Flls, é possível diversificar com pouco dinheiro”, afirma o especialista, que lembra ser possível comprar cotas de fundos imobiliários a partir de R$ 10,00.

A maior liquidez – capacidade vender rapidamente o ativo – e a não preocupação com inquilinos, manutenção e despesas de um imóvel são outras vantagens dos fundos imobiliários na avaliação do analista.

Na maioria das vezes, o retorno dos fundos imobiliários também tem sido superior ao obtido com a aluguel de imóveis.

Efeito bola de neve dos dividendos

Passos também destaca a importância de se reinvestir os dividendos obtidos nos fundos imobiliários, criando uma espécie de bola de neve no patrimônio.

“Com o próprio rendimento é possível comprar mais cotas e receber cada vez mais renda”, explica.

Nas páginas dos fundos imobiliários no InfoMoney, é possível simular o efeito do reinvestimento dos dividendos no patrimônio do investidor. Na simulação abaixo, com o Riza Terrax (RZTR11), é possível perceber o poder da prática:

Fonte: InfoMoney

De acordo com a simulação, quem investiu R$ 5 mil há 24 meses no Riza Terrax e reinvestiu os dividendos recebidos no período, teria um patrimônio 21,30% maior atualmente. Sem o reinvestimento, o percentual seria de apenas 3,7%.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.