Fundo de direito creditório deveria estar disponível ao pequeno investidor

De acordo com sócia da Hampton Solfise, por meio de gestores qualificados, o pequeno aplicador deveria ter acesso a esses fundos

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Os fundos de direitos creditórios (FDICs), veículos de securitização, são uma boa alternativa para o aplicador, pois garantem boa rentabilidade e bom risco, se bem estruturados. O problema é que eles estão acessíveis apenas aos investidores qualificados, segundo a regulamentação, o que poderia ser diferente, na opinião da sócia-diretora da Hampton Solfise, Patricia Bentes.

A securitização é uma operação financeira que permite ao tomador captar recursos através de emissão de valores mobiliários lastreados por uma carteira de recebíveis. A captação de recursos se dá pela venda deste valor mobiliário, que pode ser a cota de um FIDC a investidores de mercado de capitais.

Nos Estados Unidos, estas operações já atingiram US$ 143,7 bilhões de emissões em 2009 e, até abril deste ano, já correspondem a US$ 141,7 bilhões de emissões em todo o mundo desenvolvido. “No Brasil, para a indústria financeira e de crédito, esse é um caminho sem volta e que veio para ficar”, explicou Patricia.

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O problema é que os fundos de direitos creditórios no Brasil ainda são recentes, sendo que sua regulamentação data de 2001.

O que tem atraído o investidor para a modalidade é a crescente demanda por crédito no Brasil, por parte de pessoas físicas e jurídicas, e também a rentabilidade que é oferecida. Um ponto negativo, porém, é o tempo longo de aplicação, que varia, em média, de três a cinco anos, tempo que alguns não estão dispostos a esperar.

Vale ressaltar também que a modalidade está disponível apenas a investidores qualificados, ou seja, pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 300 mil e que atestem por escrito sua condição de investidor qualificado, de acordo com as normas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

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“Em algum momento, isso vai ser disponibilizado para outros investidores, mas como não tem um volume substancial e é um mercado novo, os reguladores hesitam muito em disponibilizar”, disse Patricia.

“Esta é uma pressão que está sendo feita pelo mercado e já existem pessoas, dentro da CVM, que pensam em algum caminho para flexibilizar as regras”, completou, em relação ao fato de esses investimentos serem liberados ao pequeno investidor. Essa ideia se baseia no fato de que é o gestor do investimento que deve ser qualificado e não o próprio aplicador, que deve apenas ter noção do risco da modalidade.