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Os FoFs (fundos imobiliários que investem em cotas de outros FIIs) têm sido o grande destaque do mercado nos últimos quatro meses – período marcado pela recuperação do segmento. Em alguns casos, esses fundos ostentam ganhos de até 40% desde abril.
O desempenho foi discutido na edição desta terça-feira (15) do Liga de FIIs, apresentado por Maria Fernanda Violatti, head de fundos listados da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, jornalista do InfoMoney. O programa contou também com a participação de Ricardo Vieira, gestor da VBI Real Estate.
Antes mesmo da redução da taxa Selic no início de agosto – espécie de gatilho para destravar valor dos FIIs –, os fundos imobiliários já ensaiavam uma retomada. Considerando o índice dos fundos mais negociados na Bolsa, o Ifix, o segmento acumula alta de aproximadamente 15% nos últimos quatro meses.
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Liga de FIIs
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A alta é puxada especialmente pelo desempenho dos FoFs, que registram o dobro do ganho do indicador e têm o melhor desempenho entre os principais segmentos do mercado – aqueles que contam com pelo menos quatro representantes no Ifix. Confira:
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O que explica o desempenho acima da média dos FoFs?
Nos últimos anos, boa parte dos fundos imobiliários foi afetada pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19, especialmente os FIIs de “tijolo”, que investem diretamente em imóveis.
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O ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, que subiu de 2% no início de 2021 para 13,75% por ano – patamar mantido até o início deste mês – também reduziu a atratividade dessa classe de ativo.
Quanto mais elevado o indicador, mais rentável se torna a renda fixa, que atrai investidores da renda variável – inclusive dos FIIs. O movimento reforçou a desvalorização das cotas e, até hoje, muitos fundos ainda negociam abaixo do valor patrimonial – espécie de valor justo da carteira.
Com a redução de 0,50 ponto da Selic, agora em 13,25% ao ano, e a tendência de queda gradual da taxa básica de juros, o mercado se animou com a possibilidade de recuperação dos FIIs, especialmente dos FoFs.
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“Os FoFs estavam muito descontados e o portfólio desses fundos está sendo marcado a mercado diariamente”, pontua o gestor, que se refere à atualização diária do patrimônio dos FoFs – que acompanha as cotações dos fundos investidos.
Pela dinâmica descrita por Vieira, quanto mais o mercado sobe, mais valorizado se torna o patrimônio dos FoFs, elevando a atratividade e a cotação desses FIIs na Bolsa.
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Os FoFs ainda podem subir mais?
Nos últimos quatro meses, o Kinea FoF (KFOF11) registra ganhos de 40% – melhor desempenho entre os FoFs que fazem parte do Ifix. Confira a lista dos cinco melhores retornos no período.
Os números tomam como base dados da Economatica, plataforma de informações financeiras, e levam em consideração a valorização da cota e a distribuição de dividendos no período.
Apesar do forte desempenho, Vieira afirma que há espaço para manutenção da tendência de alta dos FoFs e a tese do gestor passa, entre outros pontos, pela composição dos dividendos distribuídos por esses FIIs.
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O rendimento do FoF é composto pelos dividendos recebidos dos fundos investidos mais eventualmente o ganho de capital na venda de cotas valorizadas.
“No mercado de baixa, o pouco ganho de capital que restava foi distribuído e os rendimentos dos FoFs foram caindo”, contextualiza. “Agora, com a retomada do mercado, a dinâmica funciona ao contrário, ou seja, os FoFs tendem a voltar a fazer ganho de capital e, consequentemente, podem elevar os dividendos”, projeta o gestor da VBI.
Tomando como base o histórico do segmento, ele projeta um aumento de até 50% do rendimento médio dos FoFs – considerando a manutenção da tendência de alta do mercado.
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“Na minha visão, é a classe de FII que pode ter a maior alta dos rendimentos e, desta forma, a valorização vista até agora tende a aumentar ainda mais”, prevê.
Confira mais análises do gestor na edição desta semana do Liga de FIIs. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.
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