FIIs perderam mais de R$ 7 bilhões em valor de mercado no primeiro trimestre, aponta estudo

O Tordesilhas EI (TORD11) é o fundo que mais perdeu valor nos três primeiros meses de 2023: quase 43%, de acordo com o estudo do Clube FII

Wellington Carvalho

Publicidade

Os fundos imobiliários perderam o equivalente a R$ 7,08 bilhões em valor de mercado, de acordo com levantamento do Clube FII, plataforma de informações e estatísticas sobre essa classe de ativos. Conforme o estudo, a perda representa uma queda de 6,43% entre a virada do ano e o final de março.

Os números consideram apenas os 111 fundos imobiliários que compõem o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa. O valor de mercado das carteiras estava em R$ 110,1 bilhões no final de dezembro e caiu para aproximadamente R$ 103 bilhões.

De acordo com o trabalho, todos os segmentos apresentaram desvalorização no período, especialmente o de recebíveis imobiliários, que perdeu quase R$ 3 bilhões no primeiro trimestre do ano e totaliza agora R$ 46,9 bilhões.

Newsletter

Liga de FIIs

Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Em termos percentuais, a maior queda foi observada nos FIIs de agronegócio, com uma desvalorização de 11,83%, indo de R$ 2,18 bilhões para R$ 1,92 bilhão.

Individualmente, o Tordesilhas EI (TORD11) é o fundo que mais perdeu valor nos três primeiros meses de 2023: quase 43%, de acordo com o estudo do Clube FII. Na sequência, aparecem o Hectare CE (HCTR11), Devant Recebíveis (DEVA11) e Versalhes RI (VSLH11) com baixas acima dos 30%. Confira as variações:

 Ticker Nome do Fundo Segmento Valor de Mercado – 2022 (milhões/R$) Valor de mercado atual (milhões/R$) Variação(%)
TORD11 Tordesilhas EI Híbrido 257,63 146,87 -42,99
HCTR11 Hectare CE Recebíveis Imobiliários 2213,72 1302,75 -41,15
DEVA11 Devant Recebíveis Imobiliários Recebíveis Imobiliários 1225,42 785,11 -35,93
VSLH11 Versalhes Recebíveis Imobiliários Recebíveis Imobiliários 271,46 174,11 -35,86
VIUR11 Vinci Imóveis Urbanos Híbrido 213,41 163,83 -23,23
CARE11 Brazilian GraveyardDeath Care Demais 100,87 80,48 -20,21
XPPR11 XP Properties Lajes Comerciais 236,02 189,12 -19,87
BLMG11 BlueMacaw Logística Logisticos 283,93 229,13 -19,3
BCRI11 Banestes Recebíveis Imobiliários Recebíveis Imobiliários 596,44 482,73 -19,06
SARE11 Santander Renda de Aluguéis Híbrido 626,92 515,28 -17,81

Fonte: Clube FII

Continua depois da publicidade

Arthur Vieira de Moraes, especialista de fundos imobiliários do Clube FII, lembra que o segmento acompanhou de certa forma o comportamento da renda variável em geral, que reflete a preocupação do mercado financeiro em relação ao equilíbrio fiscal do País e do próprio cenário macroeconômico.

“Uma fase de tensão com os problemas de crédito que começam a aparecer e de muita expectativa quanto às propostas do novo governo”, explica.

No âmbito macroeconômico, o atual patamar da taxa Selic – de 13,75% ao ano – aumenta a rentabilidade da renda fixa, que atrai os investidores da renda variável. O movimento reduz a atratividade de produtos como os fundos imobiliários, que perdem valor na Bolsa.

Continua depois da publicidade

Ainda de acordo com o levantamento do Clube FII, dos 111 fundos que fazem parte do IFIX, apenas nove tiveram valorização do preço de mercado no primeiro trimestre de 2023.

Neste recorte, o destaque ficou para o valor de mercado do Maxi Renda (MXRF11), que subiu de R$ 2,28 bilhões para R$ 2,35 milhões, um acréscimo de R$ 65,5 milhões, conforme sinaliza a tabela abaixo.

 Ticker Nome do Fundo Segmento Valor de mercado em 2022 (em R$ milhões) Valor de mercado atual (em R$ milhões) Variação(%) Variação (em R$ milhões)
MXRF11 Maxi Renda Recebíveis Imobiliários          2.280,74          2.346,29                  2,87                65,55
CVBI11 VBI CRI Recebíveis Imobiliários              950,18              982,55                  3,41                32,37
RBRR11 RBR Rendimentos High Grade Recebíveis Imobiliários          1.131,82          1.158,43                  2,35                26,61
KNHY11 Kinea High Yield CRI Recebíveis Imobiliários          1.808,59          1.823,20                  0,81                14,61
HGCR11 CSHG Recebíveis Imobiliários Recebíveis Imobiliários          1.574,96          1.587,91                  0,82                12,95
XPCI11 XP Crédito Recebíveis Imobiliários              707,35              719,62                  1,73                12,27
ALZR11 Alianza Trust Renda Imobiliária Híbrido              768,51              775,37                  0,89                  6,85
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários Recebíveis Imobiliários              187,43              190,67                  1,73                  3,24
NSLU11 Hospital Nossa Senhora de Lourdes Hospital              215,82              216,50                  0,31                  0,67

Fonte: Clube FII

Continua depois da publicidade

Em termos percentuais, o VBI CRI (CVBI11) foi o destaque do primeiro semestre, com valorização acima dos 3%.

Leia também:

Ifix hoje

Na sessão desta terça-feira (4), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados da Bolsa – fechou com alta de 0,29%, os 2.761 pontos. Confira os demais destaques do dia.

Continua depois da publicidade

Maiores altas desta terça-feira (4):

Ticker Nome Setor Variação (%)
XPPR11 XP Properties Lajes Corporativas 4,3
BRCR11 Bc Fund Híbrido 3,07
[ativo=BTCI11] BTG Pactual Crédito Imobiliário Títulos e Val. Mob. 2,82
HCTR11 Hectare Títulos e Val. Mob. 2,62
PORD11 Polo Recebíveis Títulos e Val. Mob. 2,36

Maiores baixas desta terça-feira (4):

Ticker Nome Setor Variação (%)
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Cemitérios -5,04
TEPP11 Tellus Properties Lajes Corporativas -2,37
MORE11 More Real Estate FoF -2,22
XPCI11 XP Crédito Imobiliário Títulos e Val. Mob. -1,88
SADI11 Santander Papéis Imobiliários Títulos e Val. Mob. -1,71

Fonte: B3

Continua depois da publicidade

Leia também:

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.