Emissão de títulos em dólar do Tesouro Nacional no mercado externo alcança US$ 2,25 bi, com taxa de 6,15%

Demanda maior foi de investidores com perfil "buy and hold", que mantêm os ativos no longo prazo

Neide Martingo

(Getty Images)
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Após quase dois anos sem vendas de títulos da dívida brasileira no exterior, uma emissão de ativos em dólares no mercado internacional, pelo Tesouro Nacional, foi anunciada nesta quarta-feira (5). O Global 2033, um novo benchmark de dez anos, tem vencimento em 20 de outubro de 2033 e foi emitido no montante de US$ 2,25 bilhões, com cupom de juros de 6% ao ano.

O pagamento do cupom será realizado nos dias 20 de abril e 20 de outubro de cada ano. A emissão foi realizada ao preço de 98,849% do seu valor de face, resultando em uma taxa de retorno para o investidor de 6,15% ao ano, que corresponde a um spread de 285,4 pontos-base acima da Treasury de referência (título do Tesouro americano).

A operação foi liderada pelos bancos Bank of America, BNP Paribas e Morgan Stanley. A liquidação financeira ocorrerá em 13 de abril de 2023.

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O livro de ordens (book) está composto majoritariamente por investidores com perfil buy and hold, como são chamados aqueles que adquirem ativos e os mantém por um longo período.

Segundo nota divulgada pelo Tesouro Nacional, foi observada a presença de investidores de alta qualidade, que tipicamente investem em ativos investment grade.

O objetivo, de acordo com o Tesouro, é promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo e oferecer referência de taxa para emissores privados. No início do dia, o Tesouro havia anunciado a intenção de emitir US$ 1,5 bilhão. Mas a demanda pelo papel foi forte, alcançando US$ 8,5 bilhões.

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“O  Tesouro vinha vinha monitorando o mercado, buscando uma janela de oportunidade para realizar a emissão. O bom momento do mercado permitiu que fosse realizada hoje”, detalha a nota. “A operação demonstra o grande apetite do investidor estrangeiro por ativos brasileiros”.

O Tesouro segue com o objetivo de concluir o framework ESG para emissão de um bônus sustentável. O processo deve ser concluído no segundo semestre de 2023.

Neide Martingo

Jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios, trabalhou em veículos como Valor Investe, Diário do Comércio e Gazeta Mercantil e escreve sobre Renda Fixa no InfoMoney