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Caros(as) leitores(as),
Recentemente, a discussão sobre o teto da dívida americana ficou mais calorosa. Aliás, sem ser clubista, para você que acompanha assiduamente o InfoMoney, ficou bem-informado(a) sobre essa frente nos EUA.
Porém, para você que perdeu, deixe-me introduzir no tema:
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Os EUA atingiram o limite de endividamento, já faz alguns poucos meses. De lá para cá, tudo foi carregado nas “coxas”, equalizando as contas de curto prazo com receitas extraordinárias, entre outros.
O presidente americano, Joe Bieden, deixou essa discussão para a última hora. Em uma postura mais irredutível adotada agora, o líder da terra do Tio Sam cancelou toda a sua agenda externa para focar na condução da flexibilização do teto.
Esse tema não é novidade no noticiário por lá. A flexibilização já foi discutida mais de 70 vezes e o último debate mais parecido com o atual ocorreu em 2011.
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Por coincidência, as personagens também são as mesmas. Joe Biden e McCarthy, por exemplo, também estavam lá.
Toda essa “treta” não possui incentivos econômicos, apenas políticos. Às vésperas das eleições presidenciais nos EUA, isso fica ainda mais aflorado.
Ninguém quer sair por baixo dessa, Democratas e Republicanos querem sair bem na foto: não podem sair como vilões da dívida, nem como os bonzinhos demais que cederam muito ao outro lado. Embate difícil, né?
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A pressão aumenta quando olhamos para cupons da dívida americana que vencem no curto prazo. E se o governo der um calote? Bom, nunca vimos isso antes na história, é sem precedentes – será que o cupom acumula? acumula no valor nominal? perguntas que ninguém sabe a resposta.
Imagina você sendo um gestor de fundo que possui 50% dos recursos em “T-bills” e essa parte do patrimônio acabar sendo marcada a zero em pouco tempo. O que estes questionamentos estão causando no mercado? Será que a turma está comprando outros ativos como ações da Apple ou de demais grandes da tecnologia por parecer ser mais seguro nesse caso?
Também não sei responder…
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O que eu posso imaginar (e só isso) é:
Não devemos assistir um calote cataclísmico, por mais que esse risco exista. Vamos ter mais uma flexibilização da dívida e esse assunto vai morrer no curto prazo mais uma vez, mas não no longo (falamos disso em outra coluna).
O governo americano vai poder voltar a emitir dívida. Um caminhão de emissão com a taxa de juros americana em patamares bem razoáveis.
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Isso me remete a um dos primeiros aprendizados que tive no mercado financeiro, na época que ainda era estagiário. Meu amigo Guilherme Mendes, hoje do IB da XP, me disse: “juros altos nos EUA? O título público americano é uma draga de dinheiro!”.
Perfeito! E é isso que podemos assistir aqui. Um movimento trilionário secando liquidez do sistema, que pode sair de algum lugar, quem sabe das ações da bolsa americana, tão criticada no que tange valuation, para alegria de quem está vendido (e são muitos).
Talvez o mercado até vibre no dia posterior, afinal, a situação da dívida foi resolvida, certo? O mercado ama essas narrativas.
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Nas contas de papel de pão, a cada US$ 100 bilhões que secarem do sistema, o S&P500 deveria cair 1%. Claro que podemos assistir compensações do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) e isso ser mais leve. Mas é difícil dizer já que o mercado é uma caixa de surpresas.
A única coisa que posso afirmar é que vão ligar o aspirador (e algo será sugado para dentro dele).