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Como investir R$ 50 mil? Compare o retorno entre CDB e LCI ou LCA, isentas de IR

Especialistas mostram prós e contras de cada investimento e ensinam como decidir qual o melhor título bancário para sua carteira

Leonardo Guimarães

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Após acumular patrimônio, quem quer investir se depara com várias opções nas plataformas das corretoras. A melhor opção costuma depender do perfil do investidor, sua necessidade de liquidez e momento de vida, mas ativos de renda fixa ainda são muito recomendados por conta do patamar ainda alto dos juros brasileiros.

Nesse cenário, ativos bancários como CDBs (Certificados de Depósito Bancário), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs, (Letras de Crédito do Agronegócio) seguem muito buscados. Mas qual escolher? E quais as vantagens e desvantagens de cada um?

Para responder a essas perguntas, Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, calculou, a pedido do InfoMoney, o rendimento de R$ 50 mil investidos em CDBs, LCIs e LCAs com rendimentos e prazos diferentes.

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O cálculo mostra que as LCIs e LCAs, isentas de Imposto de Renda, são mais rentáveis no curto prazo, enquanto o investimento em CDBs passa a ser mais vantajoso em aplicações de pelo menos dois anos, quando o Imposto de Renda chega à alíquota mínima, de 15% sobre o lucro.

Confira, a seguir, o comparativo de rendimento de R$ 50 mil em LCI/LCA e CDB. As taxas comparáveis estão agrupadas: uma LCI com taxa de 85% do CDI é equivalente a um CDB com juro de 100% do CDI, por exemplo, já que o CDB está sujeito a pelo menos 15% de IR sobre o lucro.

Ativo Taxa Rendimento líquido
1 mês 6 meses 1 ano 2 anos 3 anos 5 anos 6 anos
CDB 100% do CDI  R$   392,34  R$   2.430,00  R$   5.011,88  R$   10.954,90  R$   17.449,67  R$   32.902,43  R$   42.063,82
LCI/LCA 85% do CDI  R$   430,31  R$   2.581,88  R$   5.163,75  R$   10.860,79  R$   17.146,18  R$   31.731,39  R$   40.172,20
CDB 110% do CDI  R$   431,58  R$   2.673,00  R$   5.513,06  R$   12.119,40  R$   19.419,28  R$   37.076,33  R$   47.711,70
LCI/LCA 95% do CDI  R$   480,94  R$   2.885,63  R$   5.771,25  R$   12.208,65  R$   19.389,08  R$   36.332,01  R$   46.296,89
CDB 10,67%  R$   344,55  R$   2.134,00  R$   4.401,38  R$     9.553,36  R$   15.107,45  R$   28.056,74  R$   35.585,14
LCI/LCA 9,97%  R$   415,42  R$   2.492,50  R$   4.985,00  R$   10.467,00  R$   16.495,56  R$   30.415,75  R$   38.433,20

Fonte: Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos

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“É muito importante, na hora de investir, comparar as rentabilidades, já que muitas vezes, mesmo com o imposto, a rentabilidade líquida do CDB poderá ser maior”, lembra Caio Canez de Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital. Ou seja, a análise precisa feita caso a caso, com os papéis disponíveis para investimento no dia do aporte.

Para comparar ativos isentos e não isentos, é preciso fazer o gross up, uma conta que adiciona aos papéis isentos a taxa de Imposto de Renda. O cálculo mostra quanto seria a rentabilidade de uma LCI ou LCA se ela estivesse sujeita ao IR. A conta é esta: Rentabilidade com gross up = rendimento líquido / (1 – Imposto de Renda)

Além da rentabilidade

Além da rentabilidade, há outro fator que faz toda diferença: a liquidez. Apesar de serem mais rentáveis no curto prazo, vender uma LCI ou LCA pode ser uma tarefa difícil. Além disso, esses papéis geralmente têm vencimento mais longo que os CDBs, o que também dificulta a venda.

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Lima destaca que a escolha por um produto ou outro depende do objetivo do investidor. Se ele pode precisar do dinheiro rapidamente, é melhor escolher um CDB, já que muitos têm liquidez diária. “Se considerarmos a questão tributária, a melhor opção seria a LCI ou LCA, mas se o ponto principal for a necessidade de acesso a esse dinheiro, acredito que nos CDBs encontrará uma gama muito maior de oportunidades”, diz o especialista.

“Nas LCIs e LCAs, a grande vantagem é a isenção tributária, já a desvantagem é o prazo de carência, de pelo menos 90 dias, geralmente’, explica Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.

Devo investir tudo ou segurar?

O investidor que tem R$ 50 mil ou outro montante para aplicar pode se perguntar sobre a melhor estratégia de aportes. Fazer tudo de uma vez ou investir aos poucos? Para especialistas, depende do contexto.

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Para Jorge, a decisão precisa passar pelo cenário macroeconômico do País. “Se o investidor tem convicção de que a taxa de juros vai cair, ele faz um aporte maior na largada, mas se ele acha que os juros podem subir um pouco mais, pode esperar um melhor momento para fazer esse investimento”, diz.

Levando em conta o contexto atual, de expectativa de cortes sequenciais na taxa Selic (a próxima prevista para ser anunciada no dia 13), a projeção é de juros menores no futuro.

Mas, mesmo com uma estratégia definida, o planejamento pode sofrer alterações a qualquer momento. Isso porque, como explica Lima, “nem sempre um investimento que está disponível hoje, estará amanhã, as remunerações oferecidas podem ser alteradas conforme a dinâmica econômica”. Portanto, se adaptar aos diferentes cenários é uma habilidade importante para quem vai investir.