Com mercado volátil, especialistas recomendam limitar perdas na bolsa

Para evitar perdas muito elevadas, a maioria dos home brokers disponibiliza uma ferramenta chamada "stop loss"

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Ganhar dinheiro com renda variável quando o mercado está muito volátil e em tendência de queda é uma tarefa que exige mais experiência e sangue frio do investidor, especialmente para aqueles que operam em um prazo mais curto. Por isso, os especialistas ressaltam a importância de limitar as perdas para que, na média de transações, o investidor saia com lucro.

De acordo com o economista do Wintrade, José Góes, todos os investidores que fazem transações de curto prazo devem definir um limite de perdas.

“Você estipula que pretende ganhar com aquela ação 50%, por exemplo. O seu limite de perda deve ser menor do que este percentual. Assim, na média das suas operações, se o número de transações com ganhos for maior do que aquelas que resultaram em perdas, você vai ter lucro”, afirma Góes.

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Ordem “stop”
Para os investidores acostumados a fazer várias transações por dia, limitar as perdas é ainda mais importante. Por isso, a maioria dos home brokers disponibiliza uma ferramenta chamada “stop loss”.

Com o stop loss, o investidor define qual o limite de perdas que ele aceita para aquele papel e programa, por meio do home broker, a venda automática das ações quando elas atingirem determinado patamar.

“Em um mercado como o nosso, cercado por um cenário de muitas incertezas nos últimos meses, em tendência de queda e com muita volatilidade, esta é uma ferramenta muito importante”, afirma o o diretor da corretora Icap, Paulo Levy.

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De acordo com o especialista, esta é a melhor maneira de o investidor não adiar a venda do papel, acreditando – ou torcendo – que ele volte a subir, e acabe tendo um prejuízo muito maior. “A emoção move os investidores neste mercado. Quando você tem a oportunidade de reduzir as suas perdas, tem que fazer”, afirma Levy.

O economista do Wintrade concorda. “A ordem stop é importante para você se preservar de quedas muito acentuadas”, diz o economista.

Segundo o diretor da Icap, muitos investidores que não usam este tipo de ordem acabam perdendo o momento certo de se desfazer do papel em queda e acabam optando por ficar mais tempo com o ativo, mudando a sua estratégia inicial. “O investidor deixa de operar no curto prazo e começa a pensar no longo prazo, para não ter que embolsar um prejuízo tão grande”, afirma.

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Análise gráfica
De acordo com Levy, a ordem stop deve ser utilizada principalmente pelos investidores que fazem transações em prazos curtos, como day trade (comprar e vender a ação no mesmo dia) ou swing trade (comprar e vender num prazo de alguns dias).

Segundo ele, a análise do gráfico das ações é a melhor maneira dos investidores definirem o ponto de entrada e saída daquele ativo, para que sua estratégia resulte em ganhos. “Você tem como analisar os pontos de suporte da ação (linhas no gráfico que indicam em qual preço aquela ação costuma encontrar compradores e voltar a subir). Quando a ação rompe um suporte, pode ser o momento de se desfazer para evitar perdas maiores”, afirma.

Stop Móvel
Para quem utiliza a ferramenta de stop do home broker, uma opção é o chamado stop móvel. Com ele, o limite para stop se movimenta de acordo com a valorização da ação.

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“Por exemplo, você compra uma ação por R$ 10 e coloca o stop em R$ 9, limitando a perda em 10%. Se a ação subir, o stop também sobe, assim você limita a perda de acordo com a valorização posterior daquele papel”, afirma Levy.

Longo prazo
O diretor da Icap ressalta que a ferramenta de stop do home broker deve ser utilizada especialmente por investidores que já possuem um pouco mais de experiência e procuram ganhar com a valorização do papel no curto prazo.

Para os investidores de longo prazo, que analisam o potencial da empresa e pretendem acumular valorização e dividendos por um período maio, de alguns anos, este tipo de ordem não deve ser utilizada. 

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip