SÃO PAULO – A caderneta de poupança registrou captação positiva em agosto, pelo sexto mês seguido, de R$ 11,4 bilhões, resultado de depósitos da ordem de R$ 284,2 bilhões, e de retiradas de R$ 272,8 bilhões, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (4) pelo Banco Central (BC).
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Embora tenha seguido no campo positivo, influenciado pelo auxilio emergencial do governo, o montante ficou bem abaixo dos R$ 28,1 bilhões observados em julho.
Ao longo das últimas semanas, o governo tem estudado maneiras para reduzir gradualmente o socorro financeiro, que deve vigorar por mais quatro meses, mas com o valor reduzido de R$ 600 para R$ 300. Na terça-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que trabalha em uma “aterrissagem suave” do apoio emergencial para fazer frente aos estragos causados pela pandemia.
Já nos oito meses de 2020, a poupança acumula captação de R$ 124 bilhões, com entradas de R$ 1,92 trilhão e saídas de R$ 1,80 trilhão.
Apesar de seguir como uma principais alternativas, principalmente do pequeno poupador, a rentabilidade oferecida pela poupança está cada vez menor, em linha com as seguidas reduções da Selic, atualmente na mínima histórica de 2% ao ano. O rendimento pago pela caderneta corresponde à 70% da taxa básica de juros, portanto está em 1,4% ao ano.
Em agosto, a poupança rendeu 0,13%, contra 0,16% do CDI, o principal referencial das aplicações de renda fixa. No ano, o rendimento da caderneta chega a 1,64%, ante 2,12% do CDI e, em 12 meses, a 2,90%, enquanto o CDI tem variação de 3,86%.
No mais recente boletim Focus, relatório compilado pelo BC com as estimativas dos economistas do mercado, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2020 está em 1,77%.
Nesse cenário, o dinheiro deixado na velha caderneta tende a oferecer um juro real negativo, com perda de poder de compra.
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