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Investidores intuitivos são aqueles que investem com base na intuição e em palpites. Dependem, em larga escala, da sorte. Normalmente esses investidores não são bem sucedidos (há exceções, mas são raras) e logo deixam o mercado. Esses investidores veem no mercado financeiro uma forma simples de ganhar dinheiro. Estão enganados. Exemplos desses investidores incluem aqueles que compram as ações das empresas sem realizar nenhum tipo de análise, apenas olhando seus preços históricos, aqueles que participam de um IPO sem conhecer o prospecto da empresa e aqueles que adquirem ações com base em informações que leem em jornais ou revistas.
Investidores passivos são aqueles que seguem a tendência do mercado. Eles aceitam os preços do mercado, acreditam na eficiência do mercado e não realizam análises com bases nos fundamentos das empresas. Realizam estratégias de investimento de modo a obter um retorno próximo ao de mercado ou de algum índice específico. Como exemplo pode-se citar os investidores que aplicam seus recursos em Fundos que têm como benchmark o Ibovespa, IBR-X ou algum índice setorial.
“O relevante é obter o chamado retorno anormal” |
Investidores fundamentalistas são aqueles que desafiam os preços de mercado e objetivam encontrar ativos mal precificados. Têm como objetivo obter retornos acima dos de mercado. São investidores com maior propensão ao risco. Exemplos incluem os investidores que montam sua própria carteira e aqueles que escolhem fundos mais arrojados.
Para o investidor fundamentalista o relevante é obter o chamado retorno anormal, ou seja, o retorno acima do retorno de mercado. Se não for assim, melhor seria adotar a estratégia de um investidor passivo e não ter todo o custo da realização das análises.
Para que o investidor fundamentalista obtenha sucesso é crucial que ele tenha em mente que corre dois riscos. O primeiro risco é o que chamamos de risco fundamentalista, ou seja, o risco resultante do negócio da empresa. O investidor deve avaliar se o negócio da empresa é ou não “bom”. Para isso, é necessária a avaliação da estratégia da empresa, da composição dos seus produtos, de seu modelo de gestão, do mercado em que a empresa atua, de seu desempenho financeiro histórico, entre outros fatores que podem evidenciar a existência de vantagem competitiva da empresa.
Outro risco que o investidor fundamentalista enfrenta é o risco de preço. Comprar uma ação barata de uma empresa com bom negócio certamente trará retornos anormais no longo prazo. Contudo o risco reside em compras de ações de empresas “boas”, mas caras. Nesse cenário o investidor não obterá o retorno desejado.
Para gerenciar o risco fundamentalista e o risco de preços, dez princípios devem ser seguidos pelos investidores fundamentalistas1:
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- Não compre uma ação, compre um negócio
- Ao comprar um negócio, conheça o negócio
- O valor depende do modelo de negócio, da estratégia
- Boas empresas podem ser más compras
- Preço é o que você paga, valor é o que você recebe
- Parte do risco em investir é o risco de pagar demais pela ação
- O risco de não considerar informações é seu
- Não misture o que você sabe com especulação
- Ancore a avaliação no que você sabe e não em especulações
- Acredite em suas análises e seja paciente; os preços vão ao encontro dos fundamentos, mas isto pode demorar algum tempo
O investidor que seguir e aplicar os princípios acima passa a ter uma maior probabilidade de obter sucesso no investimento de longo prazo de ações.
1 Adaptados do livro Financial Statements Analysis and Security Valuation. 3ed, McGrawHill, 2007 de autoria de Stephen Pnman.
Doutor em Ciências Contábeis pela FEA-USP, Fernando Caio Galdi é professor da FUCAPE Business School e escreve mensalmente na InfoMoney, às quintas-feiras.
fernando.galdi@infomoney.com.br