CEO da Binance proíbe funcionários de investir em futuros de criptomoedas

Recado foi dado no perfil do Twitter do empresário, em chinês

Lucas Gabriel Marins

Changpeng "CZ" Zhao, CEO da Binance (Antonio Masiello/Getty Images)
Changpeng "CZ" Zhao, CEO da Binance (Antonio Masiello/Getty Images)

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O CEO da Binance, Changpeng Zhao, proibiu os colaboradores da exchange de negociar futuros de criptomoedas. O recado foi dado em uma publicação em seu perfil no Twitter na manhã desta sexta-feira (18), em chinês.

“Os funcionários da Binance (incluindo eu) estão proibidos de negociar futuros. A equipe de teste de produto tem uma conta de cota especialmente designada. Nós só seguramos!”, falou o empresário, conhecido no mercado como “CZ”.

A informação foi dada primeiramente pelo jornalista chinês Colin Wu, que cobre o mercado cripto no país asiático. Segundo ele, a exchange também tem regras internas que exigem que todos os funcionários ocupem cargos na empresa por 90 dias antes de fazer negociações.

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“A equipe de segurança interna é responsável por monitorar possíveis atividades comerciais dos funcionários em várias plataformas. Esta é uma política de tolerância zero e será acionada se for encontrada”, disse Wu no Twitter.

Em nota, a Binance disse que vem proativamente construindo uma exchange segura, confiável e em conformidade e que, assim como bancos de investimento, tem uma política de negociação para os funcionários rigorosa. Disse também que a política também passa por revisões e atualizações regulares para garantir que ela atenda ao mais alto padrão de conformidade regulatória do setor.

Binance e derivativos

A relação entre a Binance, maior corretora cripto do mundo por valor negociado, e produtos derivativos é conturbada. Em diversos países do mundo, a corretora cripto trava batalhas judiciais com os reguladores por causa de ofertas irregulares.

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Em março, a Commodity and Futures Trade Commission (CFTC), agência reguladora que supervisiona o mercado de derivativos nos Estados Unidos, entrou com uma ação alegando que a empresa não cumpriu com a obrigação de se registrar junto à agência.

No mês passado, Zhao e o ex-diretor de compliance da exchange, Samuel Lim, entraram com moções judiciais na tentativa de enterrar o processo movido pela CFTC.

A empresa também é processada no Brasil pelo mesmo motivo. Conforme revelado com exclusividade pelo InfoMoney no início do ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) reabriu um processo administrativo sancionador para investigar a empresa por suspeita de oferta irregular de derivativos e atuação irregular como intermediária de valores mobiliários.

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Leia mais:

O processo aberto pelo xerife do mercado de capitais brasileiro, conforme pesquisa feita nesta sexta, está parado desde fevereiro deste ano. O termo de compromisso (documento que tenta encerrar uma ação na autarquia) encaminhado pela corretora cripto à CVM está em processo de análise.

Em nota, a Binance disse que não oferece derivativos no Brasil, que atua em conformidade com o cenário regulatório local e mantém permanente diálogo com as autoridades para desenvolvimento do segmento de cripto e blockchain no país e no mundo.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney