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Os brasileiros estão fugindo da poupança. Neste ano, entre janeiro e setembro, foram resgatados mais de R$ 91 bilhões da caderneta. Os saques – calculados em base líquida, já excluindo os depósitos – são mais altos do que os verificados em qualquer ano cheio (janeiro a dezembro) desde 1995, segundo dados do Banco Central.
Em setembro, os resgates líquidos somaram R$ 5,9 bilhões. Foi o segundo pior mês de setembro da história, perdendo apenas para o mesmo mês de 2021, quando as retiradas superaram os depósitos em R$ 7,7 bilhões.
Em 2022, a caderneta registrou captação líquida (mais depósitos que saques) apenas em abril, quando o fluxo ficou positivo em R$ 3,51 bilhões. Nos demais meses, as retiradas superaram os depósitos, num cenário de inflação e endividamento altos, combinado com uma rentabilidade menor do que a de outras aplicações de renda fixa, beneficiadas pelos aumentos da Selic (juros básicos da economia).
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Em 2020, a poupança tinha registrado captação líquida (depósitos menos saques) recorde de R$ 166,31 bilhões. Contribuiu para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia da Covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.
Entre janeiro e dezembro do ano passado, a poupança registrou retirada líquida de R$ 35,5 bilhões. A aplicação foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros. Outros anos com resgates fortes foram 2015 (captação negativa de R$ 53,57 bilhões) e 2016 (captação negativa de R$ 40,7 bilhões). Naqueles anos, a forte crise econômica levou os brasileiros a sacarem recursos da aplicação.
Rendimento
Até recentemente, a poupança rendia 70% da Selic (juros básicos da economia). Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou remunerar com o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano. A poupança tem rendido menos do que a inflação, provocando a fuga de alguns investidores.
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Nos 12 meses terminados em setembro, a aplicação rendeu 7,12%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 7,96%. O IPCA cheio de setembro será divulgado no próximo dia 11 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
(Com informações da Agência Brasil)