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Inteligência artificial (IA) não é uma tecnologia nova. Porém, os avanços recentes representam caminhos com aplicações mais práticas da tecnologia, criando oportunidades novas para investidores.
Desde que o frenesi da IA se instalou, muitos investidores estão em busca dos “vencedores” da corrida da IA. Para o Bank of America (BofA), a demanda que se instalou por computação avançada é uma janela de crescimento para muitos setores — mas um, em específico, está em evidência: o de data centers.
“Esta última evolução da IA provavelmente levará a novas oportunidades e casos de uso generalizados em todos os setores”, diz relatório assinado pelo analista David W. Barden. “Mas os investidores devem, em nossa opinião, com razão, se concentrar nos data centers como a ‘casa’ emergente onde a IA viverá e crescerá.”
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Os data centers estão ligados à demanda por infraestrutura para o desenvolvimento dos modelos de inteligência artificial generativa, a mesma variante usada pelo ChatGPT. Segundo a gestora WHG, este é o primeiro bloco que deverá ganhar com o avanço da tecnologia.
A WHG divide a análise de IA generativa em quatro grandes blocos, que devem se beneficiar conforme a tecnologia avança e ganha funcionalidades mais claras e aplicáveis. O primeiro grande bloco é o de infraestrutura. Neste ponto, os data centers dividem espaço com as empresas criadoras dos GPUs (graphic processing units), que são os processadores que permitem o desenvolvimento dos modelos de IA.
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A Nvidia tem sido considerada a empresa vencedora no que diz respeito à fabricação de GPUs. Mas, há outras demandas de infraestrutura, como o processamento de dados feito pelos data centers. Em relatório, os analistas do BofA afirmam que o total endereçável para infraestrutura como um todo, até 2026, é de US$ 665 bilhões. A área de data centers, especificamente, deve captar US$ 260 bilhões.
Por que data centers?
Os modelos de IA generativa trabalham com dois processamentos principais: treinamento e inferência.
O treinamento é um exercício intensivo de computação, onde o modelo de IA processa um grande volume de dados para elaborar perguntas e respostas, com o objetivo de “aprender” sobre todos os assuntos apresentados. A inferência é o processo onde a IA será treinada para responder às consultas externas.
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Segundo o BofA, dois REITs (fundos de investimento imobiliário dos EUA) que investem diretamente em propriedades (“fundos de tijolo”) estão posicionados para oferecerem exposição ao aumento da demanda de IA por processamento de dados: Equinix (EQIX) e Digital Realty Trust (DLR).
Os analistas afirmam que o Equinix, um fundo com negócios centrados no varejo, que permite uma proximidade maior com os clientes e um posicionamento estratégico para captar a demanda do processamento de inferência para IA.
“A EQIX tem muitos clientes empresariais menores, que buscarão implementar a funcionalidade relacionada à inferência de IA o mais rápido possível”, diz o relatório. “A empresa está bem posicionada para lidar com essa demanda incremental sem atualizações substanciais em sua infraestrutura atual.”
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Já o Digital Realty Trust é um REIT focado em hiperescala e grandes instalações para o mercado de atacado. Segundo os analistas do BofA, trata-se de um diferencial interessante para atender a demanda de treinamento de IA.
“O modelo de negócios do DLR deve posicioná-lo para criar instalações com a densidade de potência necessária para hospedar grandes modelos de treinamento de IA”, escrevem. “Vemos uma demanda acelerada por essa capacidade nos próximos anos.”
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Está na moda
As menções à IA generativa por empresas do S&P 500 aumentaram 395% no segundo trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2022. No começo deste ano, o assunto se tornou um dos principais tópicos de discussão entre investidores e empresas de todos os setores.
Os fundos Equinix e Digital Realty Trust são os únicos a se beneficiarem. Só neste ano, os REITs subiram 19% e 29%, respectivamente, nas bolsas americanas.
Ambos os CEOs (ao contrário dos FIIs, os REITs são como empresas) comentaram sobre a corrida de inteligência artificial nas teleconferências de resultados do segundo trimestre. Charles Meyers, CEO do EQIX, afirmou que a IA é um acelerador que poderá impulsionar a empresa acima de sua meta de crescimento de receita no longo prazo, em um aumento esperado de cerca de 8% a 10%.
“O Equinix Fabric teve outro trimestre forte, com o total de conexões virtuais ultrapassando 50 mil pela primeira vez e a adição de novos recursos para suportar uso intenso de trabalho de dados, como IA e migração para nuvem”, afirmou Meyers.
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Já o DLR anunciou em agosto uma nova oferta de colocation (ou housing, tipo de alojamento web para grandes organizações) de alta densidade voltada especificamente para a demanda de IA. “Ainda estamos no início da IA, mas estamos muito entusiasmados com o que essa demanda irá representar dentro do nosso portfólio”, disse Chris Sharp, CTO do Digital Realty Trust.
No geral, o EQIX e o DLR estão alinhados com nossa visão de que os data centers são uma das oportunidades mais visíveis para a exposição à IA generativa no futuro”, escreve Barden no relatório do BofA.
Ticker | Empresa | Preço (US$) | Preço-alvo* (US$) | Retorno das ações em 2023 | Retorno das ações em 12 meses |
EQIX | Equinix | 782,17 | 850 | 19,25% | 25,03% |
DLR | Digital Realty Trust | 128,48 | 132 | 28,83% | 15,25% |
*Preço-alvo em 12 meses traçado pelo Bank of America.