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A Bayer disse nesta quinta-feira (23) que não conhecia os resultados de seu teste com medicamentos para diluir o sangue, que foi interrompido esta semana devido à falta de eficácia, antes de vender US$ 5,75 bilhões em títulos de longo prazo a investidores.
Os títulos foram precificados na quinta-feira (16) e, na segunda (20), veio à tona o resultado decepcionante do estudo que testou o medicamento antitrombótico Asundexian. Em reação, as ações da empresa despencaram na Europa, fazendo-a perder cerca de 7,6 mil milhões de euros em valor de mercado.
Desde então, a companhia também vem enfrentando questionamentos de investidores e analistas, que perguntam se ela tinha conhecimento do resultado do estudo antes de vender os bonds, que têm vencimento em 30 anos.
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“Os resultados do estudo da Oceanic sobre o Asundexian ainda não estavam disponíveis quando o preço do título foi precificado na quinta-feira”, disse um porta-voz da Bayer por e-mail. “Todas as informações e riscos relevantes foram incluídos no prospecto do título.”
Desde que os títulos foram comercializados na semana passada, os papéis caíram até 1,6% e o spread aumentou 25 pontos-base em relação aos títulos do Tesouro dos EUA, segundo dados da Trace.
A Bayer conversou com investidores depois de interromper o estudo do medicamento, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
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“Não é de surpreender que a enorme perda com testes e a descontinuação de um dos medicamentos mais promissores da Bayer em seu plano de trabalho tenham tido um efeito profundo sobre seus investidores”, disseram os analistas da CreditSights, Andrew Brady e Jarah Cotton, em nota publicada na quarta-feira (22), “Os investidores estão sofrendo com a colocação de títulos de US$ 5,75 bilhões.”
Além do revés no desenvolvimento de medicamentos, os papéis da Bayer estão sofrendo após uma decisão judicial sobre o herbicida Roundup ter aumentado o risco de a empresa ter de recorrer à totalidade, ou talvez até mais, da reserva de 16 bilhões de dólares reservada para ações judiciais. O Roundup é um pesticida desenvolvido pela Monsanto, empresa brasileira adquirida pela Bayer em 2018.
(Com Bloomberg)