Publicidade
(Bloomberg) — O peso chileno tem mostrado o melhor desempenho entre moedas latino-americanas este ano, mas estrategistas recomendam esperar antes de apostar no próximo rali.
O aumento dos casos de Covid colocou 75% da população do país em lockdown e levou ao fechamento das fronteiras. A incerteza política aumentou e o recente rali do cobre – principal produto de exportação do Chile – começa a perder força. Contra esse cenário, mesmo estrategistas otimistas quanto às perspectivas de longo prazo dizem que há poucos motivos para mais ganhos no momento.
“A mobilidade restrita não é positiva para o peso e é um entrave à reabertura econômica”, disse David Duong, chefe de estratégia de câmbio da América Latina no HSBC Securities, em Nova York. “Com as pressões das restrições de fronteiras e lockdowns, é difícil ver um rali repentino no curto prazo.”
Newsletter
Liga de FIIs
Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
O banco central tem sinalizado que os juros permanecerão na mínima histórica de 0,5% por “vários trimestres”, o que reduz o apelo das operações de carry trade – estratégia de tomar dólares emprestados para investir em moedas de maior rendimento -, já que o Chile tem uma das taxas básicas mais baixas da região. Investidores também prestam atenção a qualquer potencial turbulência política causada pelas eleições de abril da Assembleia Constituinte, depois que o governo pediu ao Congresso para adiar a tão esperada votação.
Leia também:
• BlackRock eleva cautela com Brasil e vê desafios à retomada
O peso chileno acumula alta acima de 2% desde o final de janeiro, atrás apenas do rand sul-africano entre os principais mercados emergentes, embora ainda esteja ligeiramente abaixo do dólar em 2021.
Continua depois da publicidade
O desempenho superior do peso e a incerteza sobre as próximas eleições podem pesar sobre a moeda no “curtíssimo prazo”, disseram os estrategistas do Barclays, Pilar Tavella e Juan Prada, em relatório na quarta-feira. Os ganhos futuros dependem de uma recuperação econômica mais forte ou de apostas em possíveis aumentos dos juros, disseram.
No longo prazo, porém, analistas dizem que o peso pode retomar a trajetória de valorização, porque a economia mostra melhor desempenho do que a de seus vizinhos. O banco central elevou a previsão de crescimento do PIB para este ano na quarta-feira, e a rápida vacinação do país pode desacelerar os contágios e suspender restrições mais rígidas.
Duong, do HSBC, diz estar “mais otimista” em relação ao segundo semestre, enquanto o Morgan Stanley prevê desempenho superior no final do ano, após uma queda estimada de 1% no segundo trimestre.
Continua depois da publicidade
Andrés Jaime, chefe de estratégia macro para a América Latina do Morgan Stanley, diz que a moeda do Chile é a preferida do banco na região. “Quando você pensa em perspectivas de longo prazo, o Chile parece mais bem posicionado do que o resto.”