As oportunidades oferecidas pelos Fiagros na avaliação dos gestores da Riza Asset e XP

Um fundo de investimento que aumenta o acesso do investidor a um segmento historicamente restrito e oferece ao produtor rural novas alternativas de financiamento. Assim o Fiagro é definido por Paulo Mesquita, gerente de portfólio na Riza Asset, e Gustavo Gomes, da XP Asset, que falaram sobre o tema no podcast Outliers.

Fiagro é um fundo de investimento focado nas cadeias produtivas da agroindústria, seja em imóveis ligados ao setor ou na própria atividade. Isso significa que os valores aportados pelos investidores nesses fundos são utilizados para adquirir diversos ativos relacionados ao agronegócio, como recebíveis, imóveis rurais e participações societárias em empresas do segmento.

O produto funciona de forma semelhante aos fundos imobiliários (FIIs), bastante conhecidos no mercado financeiro. Inclusive, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) regulamentou o investimento com base na mesma legislação dos FIIs.

Outro atrativo, de acordo com Gomes, é a distribuição – geralmente mensal – de dividendos para os cotistas, que também são isentos de imposto de renda.

Na avaliação do gestor da XP, o brasileiro tem uma forte ligação com o agronegócio e isso explica a evolução dos Fiagros no mercado financeiro.

“Direta ou indiretamente todo mundo tem um vínculo com o agro”, lembra. “O que você come ou veste, além de muitas vezes temos um parentesco com produtores ou com prestadores de serviço no setor”, avalia Gomes, que lembra ainda que a cota de alguns fundos custa R$ 10,00, valor bem acessível para uma boa parte da população.

Já Mesquita, da Riza Asset, destaca que a indústria do agro representa cerca de 27% do PIB (produto interno bruto) do País, percentual bem maior do que o da construção civil ou o do setor imobiliário.

“Era até estranho a gente ter um mercado de fundos imobiliários e não ter um segmento de fundos voltados para agro”, afirma. “Como o agro é tão grande na economia real e tão pequeno no mercado de capitais”, questiona.

Diante do cenário, Mesquita afirma que o Fiagro surge exatamente para dar acesso a um segmento que, normalmente, estava bastante restrito para o investidor. Do ponto de vista dos produtores rurais, completa, o Fiagro também permitiu uma nova alternativa de financiamento, até então concentrado apenas nos grandes bancos. O produto ainda abriu espaço para os representantes do setor conhecerem estruturas societárias mais sofisticadas, que não eram possíveis antes do fundo, diz.

“O Fiagro vem em um momento muito interessante porque pegou um ‘boom’ do agronegócio – em termos, inclusive, de rentabilidade – e tem tido uma adesão bem interessante dos investidores”, avalia Mesquita.

Desde a regulamentação da CVM, em julho de 2021, os Fiagros já contam com mais de 80 mil investidores – 94,8% deles pessoas físicas –, de acordo com dados da B3.

O Outliers é apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por Spotify, Deezer, Spreaker, Apple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.