As 10 lições que todo investidor de ações precisa ter aprendido em 2017

O programa "Bê-a-Bá da Bolsa" vai ao ar ao vivo todas as quartas-feiras a partir das 10h45 

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O ano de 2017 está acabando e o mercado de ações proporcionou o aprendizado de muitas lições, seja para o investidor iniciante ou mesmo grandes gestores. No programa “Bê-a-Bá da Bolsa”, da InfoMoneyTV, Thiago Salomão, editor-chefe do InfoMoney e analista responsável pela Carteira Recomendada InfoMoney, explica as 10 lições que o investidor pode aprender com o mercado em 2017 para obter um desempenho melhor nos investimentos em 2018.

Veja as 10 lições que foram detalhadas no programa desta quarta-feira:

1.Mesmo que algo tenha 100% de características de bolha, elas não deixam de ser grandes oportunidades

Salomão dá dois exemplos: bitcoin e Magazine Luiza (MGLU3). A primeira parece subir a cada momento que dizem que isso é muito bolha, enquanto a segunda vai liderar pelo 2º ano seguido o ranking de ação que mais se valorizou na bolsa brasileira. Contudo, é importante saber como se posicionar nestes investimentos

2. Minimize o risco pelo tamanho da operação

Essa lição não é de hoje, mas vale sempre a pena ser lembrada: você pode investir em ativos extremamente arriscados e que “têm cara de bolha”, desde que faça um gerenciamento de risco que te permita ficar tranquilo mesmo se tiver um prejuízo estratosférico nesta operação. Por exemplo, você pode ter uma perda de 50% com um único investimento, mas se ele representar 2% da sua carteira de ações, o impacto no seu portfólio global será de apenas 1 ponto percentual.

3. Não busque a ação perfeita, busque o portfólio perfeito
“No começo do ano, muita gente me perguntava ‘Thiago, se você está tão otimista com Brasil, por que ainda tem ações da Fibria, que perdem com a queda do dólar?’. Veio o Joesley Day e me mostrou como foi bom estar posicionado na empresa”, diz.

4. Seja agnóstico com seus investimentos
Salomão conta que nunca gostou de empresas estatais e tinha “horror” a siderúrgicas, mas identificou boas oportunidades em ambas empresas ao longo de 2017 e obteve ótimos resultados com elas. “Continuo tendo minhas ressalvas a essas empresas, mas como investimentos elas se mostraram ótimas oportunidades, seja por mudanças governamentais e de gestão, seja por retomada inicial da economia”, conta.

5. Não se iluda: se uma empresa tem interferência governamental, esteja preparado para o pior

Sanepar e Copasa se encaixam nessa lição. Elas passaram por revisões tarifárias que terminaram bem, mas tiveram impactos traumáticos na primeira metade de 2017. Na ocasião, analistas e gestores argumentaram não apenas o “efeito político” nas decisões das empresas como até erros técnicos cometidos nas contas das agências reguladoras

6. Nada é tão ruim que não possa piorar – ou evite call binários que parecem ter “pouquíssima chance de dar errado”
Um exemplo é a Wiz, corretora de seguros cujo modelo de negócios é focado dentro das agências da Caixa, que vendem seguros da Caixa Seguros. A ação da empresa era uma das queridinhas da bolsa, até derreter 20% devido a problemas na renovação do contrato da sua controladora (a estatal francesa CNP) com a Caixa Seguros.

“Muita gente viu isso como uma oportunidade, pois se dizia era que era muito improvável que a Caixa não renovasse com a CNP, tendo em vista os custos e o trabalho extra que essa mobilização daria a ela. Mas o cenário inesperado de fato aconteceu e a ação caiu ainda mais e já acumula perdas de 50% da sua máxima do ano, alcançada em maio”, conta Salomão.

7. Disrupção veio pra ficar, as barreiras de entrada tão buscadas por Warren Buffett em seus investimentos não serão mais como antes

Relatório da Verde Asset escrito pelo Artur Wichmann, chefe de investimentos focados em mercados internacionais, é uma verdadeira aula sobre o assunto, aponta Salomão.

Através de diversos exemplos – como Amazon x Whole Foods, Dolar Shave Club x Gillette – e dados inusitados como em quantos dias o Angry Birds atingiu 50 milhões de usuários x quantos anos o telefone demorou para atingir 50 milhões de usuários, ele mostra como as mudanças disruptivas mudaram completamente a maneira como a Verde toma decisões de investimentos em ações.

As conclusões são: barreiras de entrada não são mais como antes, marcas médias tendem a sumir e qualquer carteira de ações está exposta a riscos tecnológicos – mesmo sem investimento em ações de tecnologia.

8. Pense em todos os cenários possíveis que podem impactar sua carteira; esteja preparado para todos eles, até os mais improváveis
Esse é mais um alerta do que uma lição, pois 2018 vem aí e certamente teremos a eleição mais imprevisível dos últimos tempos no Brasil. Vote com o coração, mas invista com o cérebro: tenha sempre em mente que o cenário não desejado por você pode se tornar realidade e impactar seus investimentos.

9. O risco da sua Carteira tem que estar condizente ao quanto você suporta perder num próximo “Joesley Day”

O Ibovespa caiu 8,8% em um evento extremamente inesperado. Em dias como esse, Salomão explica que não há um manual de instruções do que deve ser feito. O grafista André Moraes e o mega gestor Marcio Appel, da Adam Capital, por exemplo, zeraram tudo no dia, o Florian Bartunek, fundador da Constellation Asset, não vendeu nada e ficou estudando, e o Salomão vendeu todas as ações e comprou Fibria.

“O principal é você ter atitude de fazer aquilo que é condizente com seu perfil de risco. Por isso, é muito bom já ter um plano de pânico antes dele, pois nessas horas é muito difícil raciocinar para tomar uma decisão. Além disso, nunca é demais lembrar: diversificar a carteira é sempre uma boa estratégia para mitigar essas perdas”, ressalta Salomão.

10. Não menospreze a capacidade de nós analistas errarmos projeções

Não é uma autocrítica, mas uma constatação. As projeções tendem a ser cada vez mais otimistas em momentos de euforia, assim como tendem a ser cada vez mais pessimistas em momentos de depressão. O que é possível concluir com isso? Dificilmente analistas de mercado ou economistas acertam o “fundo” ou o “topo” de uma retração ou expansão da atividade.

Salomão, que também é professor do curso “Como Montar uma Carteira de Ações Vencedora“, ainda responde perguntas de leitores enviadas por e-mail (duvidaimtv@infomoney.com.br) e pelo Facebook.

O programa vai ao ar ao vivo todas as quartas-feiras a partir das 10h45 (horário de Brasília), com apresentação de Weruska Goeking, repórter do InfoMoney. A transmissão é feita na página do Facebook do InfoMoney e na InfoMoney TV.

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