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Após o tombo de 5% em agosto, o Ibovespa apresentou leve recuperação em setembro, com alta de 0,7%, aos 116.565 pontos. No acumulado de nove meses, o resultado é positivo em 6%.
Diante da turbulência do mercado e já na reta final do ano, os especialistas foram ainda mais seletivos nas mudanças feitas nas carteiras recomendadas de ações para outubro. O balanço realizado pelo InfoMoney mapeou apenas 17 substituições neste mês, uma queda de 5,5% frente a setembro, que já tinha registrado poucas trocas.
Com isso, as primeiras posições no ranking seguem com Vale (VALE3) e Itaú Unibanco (ITUB4), respectivamente, ao mesmo tempo em que a dispersão das outras escolhas trouxe seis novos papéis para o rol de destaques.
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A lista de novidades em outubro inclui: Copel (CPLE6), Eletrobras (ELET3), Localiza (RENT3), Rumo (RAIL3), Sabesp (SBSP3) e Totvs (TOTS3), todas com três indicações.
Somadas às petrolíferas Petrobras PN (PETR4) e Prio (PRIO3), já presentes no mês passado, a relação das ações mais recomendadas pelos analistas alcança dez companhias.
Retirada de duas carteiras em outubro, a Rede D’Or (RDOR3) deixou a lista de destaques.
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Confira as análises sobre cada empresa:
- Vale (VALE3)
- Itaú Unibanco (ITUB4)
- Petrobras (PETR4)
- Prio (PRIO3)
- Copel (CPLE6)
- Eletrobras (ELET3)
- Localiza (RENT3)
- Rumo (RAIL3)
- Sabesp (SBSP3)
- Totvs (TOTS3)
Em uma análise mais ampla de setembro, o BTG Pactual cita a melhora no fluxo de capital estrangeiro na Bolsa. Após forte saída em agosto (R$ 13 bilhões), em razão do aumento nas taxas de juros de longo prazo nos EUA, o saldo negativo de recursos internacionais na B3 recuou para apenas R$ 1,1 bilhão.
“Valuations atraentes podem ter impedido os estrangeiros de venderem ações brasileiras de forma mais agressiva no mês passado”, comenta a instituição.
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“Acreditamos que, para que o apetite dos estrangeiros pelas ações brasileiras aumente novamente, precisamos de um ambiente econômico global menos volátil (especialmente taxas de longo prazo mais baixas nos EUA) e de mais visibilidade sobre a situação fiscal do Brasil.”
Todos os meses, o InfoMoney analisa as carteiras recomendadas por dez corretoras, apontando as cinco companhias mais indicadas pelos analistas. O número pode ser maior, caso haja empate, como ocorreu neste mês.
Veja a seguir as dez ações mais citadas para outubro, a quantidade de recomendações e os desempenhos de cada papel no acumulado de setembro, em 2023 e em 12 meses (com base no fechamento de setembro):
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Empresa | Ticker | Nº de recomendações | Retorno em setembro | Retorno em 2023 | Retorno em 12 meses |
Vale | VALE3 | 9 | 3,84 | -19,95 | -0,90 |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 6 | 0,24 | 12,88 | 2,76 |
Petrobras | PETR4 | 4 | 8,45 | 75,63 | 65,03 |
Petrorio | PRIO3 | 4 | 1,34 | 26,42 | 70,87 |
Copel | CPLE6 | 3 | 3,46 | 13,27 | 42,14 |
Eletrobras | ELET3 | 3 | 4,62 | -11,85 | -13,59 |
Localiza | RENT3 | 3 | -6,64 | 12,46 | -1,30 |
Rumo | RAIL3 | 3 | 2,10 | 23,04 | 23,91 |
Sabesp | SBSP3 | 3 | 5,37 | 9,81 | 26,54 |
Totvs | TOTS3 | 3 | -2,67 | -0,71 | -6,57 |
Ibovespa | – | – | 0,71 | 6,22 | 5,93 |
Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, Terra Investimentos, XP Investimentos e Economatica.
Acompanhe agora os destaques de cada uma das empresas selecionadas para o mês, segundo relatórios divulgados pelas corretoras.
Copel (CPLE6)
A Companhia Paranaense de Energia, privatizada recentemente, abre a lista de novidades em outubro, com três recomendações.
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Em relatório, a Ágora Investimentos ressalta a expectativa de um corte nas despesas operacionais da empresa, de aproximadamente 17%; uma queda no custo de capital da taxa de desconto real usada nas projeções para a companhia, de 11%, para 8,5%; e a prorrogação das concessões das usinas hidrelétricas Foz de Areia, Segredo e Salto Caxias.
“Além disso, considerando o preço atual, CPLE6 negocia a uma atraente TIR [taxa interna de retorno] real de aproximadamente 11%.”
Eletrobras (ELET3)
Outra representante do setor elétrico entre as novidades do mês, a Eletrobras ganhou uma indicação e também acumula três escolhas.
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Em sua análise, a Genial Investimentos alerta para a manutenção dos preços de energia de longo prazo abaixo do estabelecido no momento da privatização da companhia e para um GSF menor para os próximos anos. A sigla, do termo em inglês Generation Scaling Factor, mostra a relação entre o volume de energia produzido e a garantia física de cada usina.
Mesmo com essas preocupações pairando sobre a empresa, aos atuais níveis de preços, a corretora vê as ações da Eletrobras negociando com um retorno potencial de 33% e uma taxa interna de retorno implícita de 13,6%.
“Acreditamos que todos esses fatores negativos já estejam refletidos no preço e, com o passar dos trimestres, à medida que o turnaround [virada] da empresa avance e melhore em termos operacionais, vemos grande espaço para o crescimento da Eletrobras.”
Localiza (RENT3)
A locadora de veículos também está presente em três portfólios selecionados para o outubro.
“Após captar R$ 4,5 bilhões via follow-on [oferta subsequente de ações], acreditamos que a companhia tenha otimizado sua estrutura de capital e esteja bem posicionada para acelerar seu crescimento pelos próximos trimestres, impulsionada especialmente pela linha de locação corporativa, que vem demonstrando demanda mais aquecida”, diz a BB Investimentos.
Segundo a corretora, a perspectiva de redução dos juros é outro ponto que favorece os negócios da Localiza.
Rumo (RAIL3)
A maior operadora ferroviária do país figura em três carteiras indicadas para o mês, entre elas a do BTG, que diz estar otimista com os resultados de curto prazo. Segundo o banco, os números foram impulsionados por melhores volumes e condições de precificação favoráveis na região Centro-Oeste.
“Além disso, temos uma perspectiva de volume mais positiva, com uma colheita recorde de soja e milho para as próximas safras.”
Sabesp (SBSP3)
A empresa de saneamento ingressou em duas seleções de papéis e totaliza três escolhas no mês
De acordo com a Ágora, a principal tese que pode levar a uma valorização das ações no médio prazo passa por um eventual processo de privatização, a partir de ganhos de eficiência.
No último fim de semana, a Sabesp comunicou que o Estado de São Paulo enviou a notificação oficial aos mais de 300 municípios sobre a intenção de vender a empresa.
“Esse é claramente outro movimento positivo do Estado de São Paulo, que parece altamente comprometido em concluir a privatização da Sabesp até o primeiro semestre de 2024 (antes das eleições municipais no final de 2024)”, dizem os analistas da corretora.
Totvs (TOTS3)
A companhia fecha a lista de novidades de outubro, também com três recomendações.
“A Totvs vem consistentemente entregando resultados sólidos, trimestre após trimestre”, comenta o BTG.
A instituição espera que a empresa siga registrando um volume expressivo de adições líquidas em seu negócio principal, fazendo com que mantenha o forte ritmo de crescimento, na casa de 30% ao ano.
“Acreditamos que, nos preços atuais, a ação proporciona a medida certa de defensividade ao portfólio (o potencial de queda parece limitado), sendo também uma ação que deve acompanhar relativamente bem uma eventual recuperação do mercado.”
Vale (VALE3)
A mineradora segue no topo do ranking, mantendo-se com nove escolhas por parte dos especialistas.
Na avaliação da Ágora, embora algumas incertezas ainda permaneçam, a realidade mostra que os preços do minério de ferro estão se aproximando novamente do patamar de US$ 120 a tonelada, sinalizando que a dinâmica do mercado físico é saudável.
“Assim, continuamos confiantes de que a Vale pode cumprir suas metas de produção – a própria companhia tem uma visão realista de que a produção siderúrgica chinesa atingiu níveis máximos, mas que outras regiões, como o Sudeste Asiático, a Índia e economias emergentes, deverão preencher a lacuna da demanda.”
Em paralelo, a corretora acredita que, se as discussões a respeito da exploração das cavidades e licenciamento ambiental forem resolvidas no país, haverá espaço adicional para o crescimento da produção da Vale.
Itaú Unibanco (ITUB4)
A instituição ingressou em um portfólio recomendado neste mês e alcançou a marca de seis indicações, isolando-se ainda mais na segunda colocação geral.
O BTG ressalta dos sólidos resultados do Itaú, sobretudo a qualidade os ativos e fortes índices de capital, que devem permitir um aumento da fatia do lucro paga aos acionistas do banco, já neste segundo semestre.
“Com 21% de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), o Itaú continua superando seus pares privados por uma ampla margem, o que esperamos que continue nos próximos anos, levando a uma expansão de múltiplos em comparação com outros bancos incumbentes.”
Petrobras (PETR4)
A petrolífera sustentou os quatro apontamentos vistos em setembro e aparece na terceira posição entre as mais citadas – empatada com a Prio.
“Mantemos nossa visão da Petrobras como sendo uma sólida geradora de caixa com uma saudável política de pagamento de dividendos”, afirma a XP Investimentos.
A corretora do BB também recomenda a ação, com o argumento dos bons resultados operacionais e financeiros, além da perspectiva de aumento na produção, apoiada pelo cenário de custos operacionais menores e baixo patamar de alavancagem.
“Acreditamos que, a despeito de eventuais revisões no plano estratégico 2023-27, a companhia deva manter o foco no pré-sal e, portanto, seguir com rentabilidade atrativa, ainda que ocorra uma entrada gradual em segmentos de energia renovável”, diz a BB Investimentos.
Prio (PRIO3)
A empresa também figura em quatro carteiras elaboradas para outubro.
Em sua tese de recomendação, a Genial afirma que os papéis da Prio vêm sendo negociados a um EV/Ebitda de 5,7 vezes, conforme estimativas para este ano. O índice aponta o valor da empresa em relação à potencial geração de caixa. Quanto menor, melhor.
Além disso, considera a companhia um “case baseado em forte crescimento da produção” e que tem mostrado exímia execução de redesenvolvimento dos campos maduros adquiridos.
Outro fator citado como positivo são os preços do petróleo tipo Brent em patamares elevados, devido ao subinvestimento em exploração e produção nos últimos anos.