BUENOS AIRES (Reuters) – A Argentina, que enfrenta uma crise cambial doméstica, rigorosos controles de capital e queda em suas reservas estrangeiras, está tentando atrair investidores cautelosos, com um título atrelado ao dólar norte-americano sendo leiloado nesta terça-feira.
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O título faz parte de uma série de medidas do governo e do banco central local para restabelecer a confiança no peso argentino e estimular a poupança local. A Argentina reestruturou mais de 100 bilhões de dólares em dívida em moeda estrangeira nos últimos meses.
As reestruturações, incluindo 65 bilhões de dólares em dívidas emitidas sob legislação estrangeira, ajudaram a tirar o país de uma situação de default, mas seu acesso aos mercados globais é muito restrito. Uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou à Argentina nesta terça-feira para iniciar as negociações sobre um novo acordo.
“O governo tem que mostrar uma mudança de direção rapidamente”, disse Federico Furiase, diretor da consultoria Eco Go, acrescentando que a Argentina tem “muito pouco combustível em termos de reservas”.
A Argentina cortou temporariamente impostos de exportação sobre produtos industriais, de mineração e agrícolas para aumentar as vendas e as reservas internacionais.
A equipe do FMI deve começar a se reunir em Buenos Aires enquanto o governo busca um novo programa para substituir um fracassado empréstimo de 57 bilhões de dólares.
“O objetivo é conhecer mais detalhadamente os planos e prioridades das autoridades e ter um conhecimento mais profundo sobre a situação socioeconômica”, disse uma autoridade do FMI à Reuters. “A missão está em modo de escuta.”
O Bank of America disse em relatório que o novo título tinha como objetivo estimular a poupança em pesos ao dar a seus detentores alguma proteção contra flutuações da moeda, mas que não era uma cura milagrosa.
O peso argentino ARS=RASL tinha queda de 0,09%, a 77,09 por dólar, enquanto enfraquecia ainda mais no mercado paralelo, ampliando o spread sobre a taxa oficial a históricos 97,1%. Os títulos negociados no mercado de balcão caíam em média 1%. (Por Jorge Otaola e Eliana Raszewski).
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