Aposentadoria com dividendos de FIIs? Confira dicas de André Bacci, que vive de renda desde os 33 anos

Em entrevista ao programa Liga de FIIs, o investidor detalhou estratégia para alcançar a independência financeira com fundos imobiliários

Wellington Carvalho

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De professor de informática que ganhava um salário mínimo a investidor que vive exclusivamente com os dividendos recebidos de fundos imobiliários. A trajetória de André Bacci – que deixou de trabalhar aos 33 anos – pode ser uma boa resposta aos que se questionam se é realmente possível se aposentar com FIIs.

Autor do livro Introdução aos Fundos de Investimento Imobiliário, Bacci foi o entrevistado da edição desta terça-feira (31) do programa Liga de FIIs, que teve apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, e Thiago Otuki, economista do Clube FII.

No programa, Bacci detalhou a estratégia utilizada para alcançar a independência financeira com FIIs e deu dicas para quem planeja alcançar o mesmo objetivo. Para os mais pessimistas – que acreditam ser necessário começar com muito dinheiro – Bacci avisa: “Meu patrimônio veio todo do salário que recebi”.

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Para chegar ao nível atual, vivendo de dividendos, o “moleque do interior e aluno de escola estadual” – como Bacci se autointitula  – começou simples. No primeiro emprego, como professor de informática, ganhava o equivalente a um salário mínimo.

Mais tarde, conseguiu uma vaga como bancário, mas o salário não mudou muita coisa. “Era o menor cargo que existia na agência”, relembra. Se a receita ainda não era a dos sonhos, a mentalidade de investidor começava a dar sinais, com Bacci conseguindo poupar até 30% do que recebia.

“Um dia eu consegui ir para a área de TI [tecnologia da informação] e meu salário e meio aumentou quase três vezes”, detalha. “A mudança proporcionou uma boa poupança”.

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André Bacci e os fundos imobiliários

Após consolidar o hábito de poupar, Bacci realizou os primeiros investimentos em fundos convencionais e na própria poupança. Os FIIs vieram depois de algum tempo, com a compra de duas ou três cotas que fizeram a diferença na estratégia de investimento do então bancário.

“Eu tinha comprado uma kitnet em Brasília, que até gerava um aluguel legal, de 7% ao ano”, destaca. “Mas depois que eu comecei a investir em fundo imobiliário, percebi a possibilidade de um retorno um pouquinho maior”.

Treze anos depois de começar a poupar e já recebendo dividendos relevantes, o disciplinado Bacci – que então ostentava 33 anos de idade – pediu demissão do trabalho e decidiu viver definitivamente como investidor de fundos imobiliários.

“O que eu fazia pra cuidar do dinheiro virou um hobby e, em 2013, virou a minha profissão principal”, afirma o investidor, que garante ter construído todo o patrimônio com recursos do próprio trabalho. “Teve PLR (participação de lucros e resultados), muitas horas extras, mas meu patrimônio é todo de salário”.

Por que fundos imobiliários?

Entusiasta dos FIIs, Bacci defende o produto especialmente para o investidor mais iniciante em renda variável. Ele explica que, diferentemente de outras aplicações, o fundo imobiliário é mais intuitivo para quem está começando.

“Em outras modalidades de investimento, você tem de entender o setor, conceitos de contabilidade e outros aspectos do produto”, explica. “No caso do fundo imobiliário, você compreende a tese de investimento lendo as três primeiras páginas do relatório gerencial”.

Na avaliação de Bacci, uma carteira de fundos imobiliários também não exige grandes mudanças ao longo do tempo. E mesmo para quem deseja realizar alterações no portfólio, pode adotar uma estratégia simples para aproveitar eventuais oportunidades do mercado.

“Comprar fundos de ‘papel’ – que investem em títulos de renda fixa – quando há elevação nos índices de inflação e dos juros. Quando há queda nos indicadores, opte pelos fundos de ‘tijolo’, que se beneficiam deste cenário”, sugere Bacci.

A carteira de Bacci

Se alguém tem dúvida se o próprio Bacci segue a simples estratégia de investimento que sugere para fundos imobiliários, o portfólio do investidor confirma o discurso.

O patrimônio atual de Bacci está 100% alocado em renda variável, sendo 80% em fundos imobiliários. Segundo o investidor, são pelo menos 40 FIIs na carteira.

No atual momento – de juros e inflação em alta – o investidor afirma que quase 90% dos FIIs que possui hoje são do tipo “papel” e o restante, de segmentos como desenvolvimento e hotelaria.

Aos que pretendem seguir o caminho da independência financeira, Bacci recomenda cuidados como quanto gastar dos dividendos recebidos dos fundos imobiliários.

Para garantir o poder de compra dos rendimentos frente à inflação, ele sugere reinvestir 25% dos dividendos obtidos com fundos de “tijolo” e até 50% do recebido dos fundos de “papel”.

Seguindo dicas como estas e relembrando as adversidades que já enfrentou na Bolsa, Bacci reforça a confiança nos fundos imobiliários como veículo para uma aposentadoria precoce.

“Sou novo no mercado e já enfrentei crises como a de 2009 e 2013, greve de caminhoneiros, Joesley Day, Covid. Posso dizer que essa coisa de fundo imobiliário aguenta uns trancos maravilhosos”, brinca. “Os FIIs passaram por uns testes bons e isso dá tranquilidade hoje em dia”.

Confira mais análises e dicas de André Bacci na edição de ontem do Liga de FIIs. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.