Apesar de cenário desafiador, Fiagros movimentam R$ 4,7 bi em emissões no 1º semestre

Captação líquida, diferença entre aportes e resgates, somou R$ 1,6 bilhão, fortalecida com dividendos mensais e resiliência do agro

Katherine Rivas

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O primeiro semestre de 2023 mostrou uma maior consolidação da indústria de Fiagros (fundos que investem nas cadeias produtivas agroindustriais). As emissões destes fundos somaram R$ 4,7 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

O montante foi 50,4% maior do que o registrado no primeiro semestre de 2022, de R$ 3,1 bilhões, apesar do cenário de risco de crédito e volatilidade na Bolsa de valores.

Em relação a captação líquida – diferença entre aportes e resgates – esta somou R$ 1,6 bilhão no primeiro semestre, acima do visto no mesmo período em 2022, de R$ 1 bilhão.

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Os resgates considerados pela Anbima se referem aos encerramentos de ofertas, onde os cotistas optam por resgatar suas cotas ao invés de negociá-las no mercado secundário. A métrica também contabiliza os resgates feitos em fundos não listados, como os cetipados.

Quando o cotista opta por vender no mercado secundário, a operação é considerada transferência de recursos, sem configurar aporte ou resgate.

O patrimônio líquido dos Fiagros teve uma trajetória crescente e chegou, no final de junho, a R$ 13,8 bilhões. Em junho do ano passado, o patrimônio era de R$ 5,2 bilhões.

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Segundo Sergio Cutolo, vice-presidente da Anbima, desde janeiro os fiagros tem se destacado diante de outras classes de ativos híbridos e de renda fixa. Ele atribui o resultado ao papel que o mercado de capitais tem no financiamento do agronegócio, um segmento cada vez mais relevante no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Vale lembrar que de janeiro a junho, os Fiagros entregaram consistentemente um retorno em dividendos (dividend yield) médio superior ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário e principal indicador da renda fixa) e acima de 1% ao mês.

O destaque foi nos meses de janeiro e abril, quando os Fiagros apresentaram um dividend yield médio de 1,62% e 1,63%, respectivamente, considerando o gross-up da tributação, cálculo que permite a comparação de investimentos isentos e não isentos de tributos.

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Fechamento do semestre

No mês de junho, última data disponível do levantamento, os fiagros levantaram em ofertas públicas R$ 211,3 milhões, em cinco fundos, sendo três da categoria Fiagro-FII (que replica e estrutura dos fundos imobiliários) e dois de direitos creditórios (Fiagro-FIDC).

Já no primeiro semestre, os Fiagros-FII responderam por 18 dos 24 fundos contabilizados. Houve ainda cinco Fiagro-FIDC e um Fiagro-FIP.

Em relação a captação líquida, o saldo foi positivo, de R$ 57,5 milhões entre aportes e resgates.

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Entre as ofertas públicas realizadas em junho, as pessoas físicas representaram 39%, enquanto os fundos de investimento tiveram participação de 11,9%. Destaque para intermediários e outros participantes com presença de 48,6%.

No acumulado do primeiro semestre, as pessoas físicas predominaram nas ofertas, com 77,3% de participação.

Olhando a indústria de fiagros como um todo, segundo Boletim Mensal da B3, o número de investidores pessoa física que investem em fiagros listados na Bolsa é de 307.666 cotistas.

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.