Agenda de dividendos de junho: PETR4, BBAS3, CPLE6 pagam nesse mês; veja lista completa

Junho será o segundo mês do semestre com o maior número de companhias que depositarão dividendos aos seus acionistas – maio foi o primeiro.

Segundo levantamento do InfoMoney, 55 empresas pagam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) nas próximas semanas. Na lista, há empresas como Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3), Copel (CPLE6) e Sanepar (SAPR4).

Na primeira quinzena, o destaque é o Banco do Brasil, que depositará dividendos de R$ 0,12 por ação e juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 0,65 no dia 12. Terão direito a receber os proventos os acionistas com posição até a última quinta-feira (1). O banco estatal paga ainda mais JCP de R$ 0,34 no dia 30 de junho.

Lembrando que os dividendos não sofrem tributação do Imposto de Renda. Já no caso do JCP, é descontada uma alíquota de 15% sobre o valor bruto pago pelas empresas.

Já na segunda quinzena, no dia 16, a Petrobras (PETR4) paga a segunda parcela dos dividendos complementares referentes ao exercício de 2022. O valor por ação será de R$ 0,91.

Quem tinha papéis da petrolífera até o fechamento do pregão de 27 de abril receberá os proventos. Há ainda uma última parcela de R$ 0,52 por ação, prevista para 27 de dezembro.

Destaque ainda para a Copel (CPLE6), que vai remunerar os investidores com JCP de até R$ 0,69 por ação e dividendos de R$ 0,082. Analistas ouvidos pelo InfoMoney têm se mostrado otimistas com uma possível privatização da companhia, que pode ocorrer até o fim do ano.

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Fonte: InfoMoney com Quantum Axis e RI das empresas. JCP = Juros sobre Capital Próprio; Data Com = data até a qual o investidor pode comprar uma ação para ter direito a receber os proventos.

BBAS3: campeão de dividendos em 2023?

O Banco do Brasil é o preferido dos analistas para dividendos em 2023, com um dividend yield (retorno com dividendos) esperado de até 11%. Para o payout, a expectativa é de manutenção em 40% do lucro, podendo ser maior com a recuperação do crédito.

Após um trimestre sob nova gestão, os agentes de mercado elogiam o controle de inadimplência, que diminuiu; o ROE elevado; e o crescimento da carteira de crédito – com forte exposição ao agronegócio.

“Com o BB aumentando o seu lucro líquido em relação a 2022, acredito que possa atingir a projeção para 2023 e ter espaço para distribuir bons dividendos”, diz Sergio Biz, sócio do GuiaInvest.

Niels Tahara, head de análise fundamentalista da Benndorf Research, destaca o forte controle de despesas, que “demostra uma gestão de riscos qualificada da companhia”.

Apesar do sucesso operacional, as ações do banco estatal ainda apresentam desconto de 40% frente aos pares, segundo analistas da XP, dada a desconfiança quanto a interferências do governo que afetem a eficiência da instituição.

“Resultados positivos no segundo trimestre podem ajudar a reduzir este desconto”, diz Tahara.

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Dividendos previstos para a segunda quinzena de junho de 2023

Fonte: InfoMoney com Quantum Axis e RI das empresas. JCP = Juros sobre Capital Próprio; Data Com = data até a qual o investidor pode comprar uma ação para ter direito a receber os proventos.

PETR4: dividendos até quando?

O mercado aguarda uma mudança na política de dividendos da Petrobras até agosto. Nela, já é esperado que a base de cálculo dos dividendos seja outra, deixando de considerar fatores como o preço médio do petróleo Brent ou a diferença de caixa operacional e investimentos da companhia.

A maioria dos analistas acreditam que os dividendos da petrolífera passem a ser calculados como em outras empresas de capital aberto, com uma parcela do lucro líquido (payout), que vai de 25% até 50%, entre os mais otimistas.

Para o dividend yield, os analistas consultados esperam taxas entre 12% e 22,7%, mas nenhum recomenda a compra do ativo.

Para Flávio Conde, analista da Levante, o que deve afetar o pagamento de proventos é a política de investimentos da Petrobras, com a perspectiva de que a empresa destine até R$ 270 bilhões para o segmento de energia eólica.

Ilan Arbetman, analista da Ativa, diz que os recursos para proventos ficarão mais escassos. “Os dividendos vão secar? Não, mas possivelmente o dividend yield ficará abaixo de 10%”, defende.

Segundo ele, com um retorno em dividendos abaixo de dois dígitos, o investidor precisará avaliar se vale a pena manter as ações, dado o risco político de uma empresa como a Petrobras.

Júlio Borba, analista da Benndorf Research, defende que uma redução nos dividendos pode afetar negativamente o preço das ações. Ele reforça que o investidor deve acompanhar a volatilidade do petróleo. “Veremos como a Petrobras vai se comportar em um eventual repasse de preços, se vai ocorrer ou não”.