XP eleva preço-alvo de Petrobras e BB após vitória de Bolsonaro

O preço-alvo das ações ordinárias da Petrobras (PETR3) passou de R$ 27 para R$ 32, enquanto nas preferenciais (PETR4) o alvo foi de R$ 28 para R$ 33; no BB (BBAS3) o preço-alvo foi de R$ 41,00 para R$ 51,00

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A XP investimentos divulgou um relatório logo após o anúncio do resultado das eleições elevando o preço-alvo das ações da Petrobras e do Banco do Brasil.

No caso da Petrobras, o preço-alvo das ações ordinárias (PETR3) passou de R$ 27 para R$ 32, enquanto nas preferenciais (PETR4) o alvo foi de R$ 28 para R$ 33. Em relação ao fechamento da última sexta-feira (26), o potencial de alta (upside)  é de 19,6% e 6,7% para as preferenciais e ordinárias, respectivamente.
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A equipe de análise vê menores riscos de intervenção na política de preços de combustíveis da companhia em 2019 em diante, com base em afirmações do presidente eleito de que manteria repasses de preços de petróleo e câmbio, mesmo que com uma frequência menor.

“Com maior visibilidade na capacidade de geração de caixa da Petrobras, vemos espaço para uma maior valorização das ações e redução do nível de desconto em relação às petroleiras globais em termos de múltiplos, atualmente em 15%”, dizem os analistas.

Os analistas também enxergam uma possível geração de valor por meio da continuidade do plano de venda de ativos como no segmento de refino e gás natural, o que, segundo eles, colaboraria para a continuação do processo de redução de endividamento da empresa.

Banco do Brasil

Em relação ao Banco do Brasil  (BBAS3), o preço-alvo passou de R$ 41,00 para R$ 51,00. “Com a definição da eleição, estamos mais confiantes de que o banco será capaz de seguir com as iniciativas de crescimento da rentabilidade. A recuperação econômica do Brasil e a execução das tão necessárias reformas também impulsionarão o BB e outros bancos”, diz a análise.

A equipe baseia a recomendação de BB em alguns pontos:  
 Menor percepção de risco
Para a XP, embora Bolsonaro não tenha declarado nenhuma política ou visão específica em relação ao setor financeiro, sua abordagem liberal à economia deverá implicar em uma menor interferência, especialmente em bancos públicos. “Atribuímos, portanto, um menor risco político às ações, refletido em uma redução de 0,5% no seu custo de capital”, disseram. 

Foco em rentabilidade

Os analistas esperam que o banco atinja margens e ROE superiores nos próximos dois anos por conta do crescimento de crédito que, segundo eles, não deverá ser limitado por restrições de capital no médio prazo, tende a ser mais acelerado em segmentos de varejo com alta rentabilidade e baixa penetração no BB, como cartão de crédito e pessoal não-consignado (16% da carteira PF vs 48% do Itaú, no 2T18);

Além disso, eles projetam que as receitas com tarifas manterão sólida tendência de crescimento, dado o foco do banco em serviços e a possível joint-venture com uma operação estrangeira para potencializar as atividades de atacado. “Este acordo ainda não foi confirmado pelo banco, porém, se concluído, alavancará os negócios especialmente em Mercado de Capitais”.

Outro destaque dos analistas são os corte de custos. “[Os cortes] devem continuar, uma vez que o banco ainda tem espaço para melhorias nessa frente”, afirmaram.

Risco-Retorno ainda atrativo

Segundo a XP, mesmo após a recente valorização de 44% em outubro, impulsionada pelas pesquisas eleitorais, as ações ainda têm potencial de alta.

“Negociando a 7,0x P/L (XPe), um desconto de 30% com relação aos pares privados, o múltiplo ainda está 22% abaixo da sua máxima de 9,0x em março de 2018”, concluem.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip