Ação binária pode variar de R$ 2,90 a R$ 18,60, você encara o risco?

A Citi Corretora considera que a companhia é altamente sensível aos preços do minério de ferro 

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – As ações da CSN (CSNA3) subiram 87% desde que desceu ao patamar mínimo do ano em 20 de junho (R$ 6,02) e os investidores possuem crescente confiança com a recuperação do aço no Brasil. Adicionalmente, a elevação nos preços do minério de ferro proporcionou um importante vento a favor dos papéis.

Apesar desse cenário aparentemente promissor, a Citi Corretora considera que a companhia é altamente sensível aos preços do minério de ferro e seu preço-alvo varia de R$ 2,90 a R$ 18,60. No pregão de terça-feira (18), a ação fechou cotada a R$ 11,22, acumulando valorização de 25,55% no mês. 

“É um caso extremamente binário. Por acreditamos que o preço do minério de ferro deve negociar em média a US$ 53/tonelada em 2018, mantemos nossa recomendação de venda, mas reconhecemos o alto risco para esta recomendação se estivermos errados em relação aos preços do minério de ferro”, afirma a equipe de análise da corretora, que revisou seus cenários pessimista e otimista para a companhia em 2018 e adicionou um cenário utilizando os preços no mercado a vista.

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O cenário-base previsto pela Citi para 2018 considera o minério de ferro a US$ 53/t, levando o ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) a R$ 5 bilhões e a um fluxo de caixa positivo em cerca de R$ 1 bilhão.

O cenário otimista tem preço do minério de ferro em média a US$ 67/t e CDI a 7%. Neste cenário, o ebitda da CSN alcança R$ 6,2 bilhões, valor 24% superior ao cenário base, e o fluxo de caixa livre se eleva para R$ 2 bilhões, o que implica em um preço-alvo de R$ 14,9.

O cenário pessimista considera preço do minério de ferro a uma média de US$ 43/t e o CDI mantido em 8,2%. Neste cenário, o ebitda da CSN cai 18%, alcançando R$ 4,1 bilhões e o fluxo de caixa livre cai R$ 0,5 bilhão, o que implica num preço-alvo de R$ 2,9.

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O cenário com o preço no mercado a vista considera o minério de ferro e o CDI mantidos em US$ 74/t e a 8,2%, respectivamente. Neste contexto, o ebitda da CSN deve alcançar R$ 6,9 bilhões, levando a um preço- alvo de R$ 18,60.

A cada aumento de US$ 5/tonelada nos preços do minério de ferro, o ebitda da CSN cresce cerca de R$ 500 milhões (ou 10% do estimado para 2018 pela Citi Corretora. Ao mesmo tempo, por cada redução de 1 ponto percentual na taxa de juros, as despesas financeiras da empresa diminuem aproximadamente R$ 170 milhões, ou 7% do esperado para o próximo ano.

“Dado o alto risco, reiteramos a nossa recomendação de venda sobre as ações devido a visão de baixa do Citi sobre os preços do minério de ferro (US$ 71/t em 2017 e US$ 53/t em 2018), alto endividamento e falta de transparência”, avalia a Citi.