A importância da liberdade financeira feminina

"Devemos entender o dinheiro não como algo masculino, mas como ferramenta para liberdade” afirma professora da Xpeed School e especialista em investimentos

MoneyLab

O mercado financeiro sempre foi um ambiente predominantemente masculino. No entanto, essa realidade vem mudando nos últimos anos. Hoje, quase um milhão e duzentas mil mulheres brasileiras são investidoras na Bolsa de Valores.

Newsletter

Liga de FIIs

Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Só em 2021, o número de mulheres na Bolsa cresceu 30%. A disparidade ainda é grande, mas os números mostram que a taxa de crescimento de mulheres investindo na Bolsa é mais veloz que o dos homens: desde 2020, o número de mulheres aumentou 29,2%, enquanto o de homens cresceu 18,5%. No geral também. Enquanto em 2002 apenas 17% do total de investidores eram mulheres, hoje elas representam quase 28%.

E não há limite de idade. A faixa etária de mulheres acima de 60 anos na Bolsa aumentou 50% entre 2019 e 2021.

Cada vez mais mulheres decidem fazer o dinheiro trabalhar para elas. As mulheres mais jovens também investem cada vez mais. É o caso da economista Lidyane Vascor, 26, que decidiu aprender sobre investimentos para ter liberdade de decisão e aumentar o padrão de vida. Para ela, só a partir da educação financeira é possível se organizar da melhor forma para o futuro.

Vascor está sempre se atualizando sobre o mercado financeiro. “Buscar cada vez mais conhecimentos é essencial e sabendo filtrar os conteúdos, há muita coisa útil na internet para quem quer aprender”, afirma.

A importância do exemplo

Clara Sodré, professora da Xpeed School e é especialista em investimento CEA e ANCORD, explica como é importante ver pessoas de diferentes grupos prosperando: “Vivemos em uma sociedade que desfavorece mulheres, pessoas negras e outros grupos. Durante muito tempo, o mercado financeiro refletia todas desigualdades da sociedade. Além de ser muito restrito a população. Aos poucos, com iniciativas como a da XP, de democratizar o acesso a investimentos, mais e mais pessoas de grupos historicamente excluídos passam a aprender sobre o assunto e, consequentemente, a fazer o dinheiro trabalhar para elas.”

Sodré acrescenta: “Nós nos vemos em um ambiente quando nos imaginamos nesse ambiente, e para isso, precisamos ter referências.” É com esse olhar que ela ministra o workshop Rota da Liberdade Financeira, que acontece online e de forma gratuita, basta você se inscrever neste link.

Mulheres investem mais e melhor

Por mais que a participação feminina seja apenas cerca de 30% na Bolsa, elas costumam iniciar seus investimentos com valores mais altos que os homens. E o rendimento delas é maior também. O primeiro investimento das brasileiras, em média, é de R$ 481, enquanto dos homens é R$ 303.

Uma pesquisa realizada no Reino Unido mostrou que mulheres obtêm uma rentabilidade, em média, 2% superiores aos homens. Pode parecer uma diferença pouca, mas em um ecossistema tão concorrido, significa muito.

Diferença entre gêneros

No mundo, e no Brasil, é impossível ignorar os fatos: há uma discrepância salarial entre homens e mulheres. Segundo os últimos dados do IBGE, as mulheres fecharam o ano de 2019, recebendo, em média, 85,1% do salário médio mensal de homens executando as mesmas funções

A estrutura social que só permitiu às mulheres trabalharem fora e abrirem conta em nome próprio há poucas décadas segue forte em toda a sociedade, e em termos de saúde financeira não seria diferente.

Na década de 1970, apenas 18% das brasileiras trabalhavam fora de casa. Atualmente, 54,5% da força total de trabalho no país vem das mulheres. 

Há também a dupla jornada. No nosso país, as mulheres ainda gastam muito mais tempo em tarefas domésticas do que os homens. Segundo o IBGE, o trabalho doméstico consome, em média, 21 horas semanais das mulheres, contra 11 horas semanais dos homens. O abismo é grande.

Essa realidade vem mudando vagarosamente, e mudanças estruturais são necessárias com urgência para que essa realidade mude de forma mais rápida. Se tratando de casos individuais, ter educação financeira é necessário. Nesse ritmo, as mulheres só vão alcançar a equidade salarial em 2059. Não dá podemos esperar até lá, né?

Relacionamentos

A independência financeira para as mulheres é decisiva pra tudo que elas possam tomar suas próprias decisões com segurança. Para Sodré, esse é um dos principais motivos para que as mulheres se fortaleçam financeiramente. “Uma mulher sem essa organização não pode sair de um relacionamento onde ela depende diretamente da outra pessoa para se manter”, afirma.

“Se conseguirmos nos organizar financeiramente, todo este processo fica mais leve. Temos de entender o dinheiro não como algo masculino, mas como uma ferramenta que vai trazer nossa liberdade”, completa Sodré.

Lidyane Vascor é enfática sobre a importância da liberdade financeira: “O maior ato de amor que uma mulher pode fazer por ela é ser independente financeiramente. Só assim ela vai poder tomar suas próprias decisões porque ela mesma quer, não por uma possível dependência de outras pessoas.”

Participe da série de Clara Sodré inscrevendo-se aqui.

MoneyLab

MoneyLab é o laboratório de conteúdo de marcas do InfoMoney. Publicidade com criatividade e performance a favor de grandes ideias. Publicamos conteúdos patrocinados para clientes e parceiros.