Votorantim inicia cobertura da Copel com recomendação de manutenção

Corretora aponta potencial da empresa em vencer leilão A-5, mas alerta para ajustes na execução de novos projetos

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Votorantim Corretora iniciou cobertura das ações da Copel (CPLE6) nesta quinta-feira (15), com recomendação de manutenção para os papéis da companhia, e preço-alvo de R$ 42,22, configurando um potencial de valorização de 10,09% em relação ao fechamento da última quarta-feira. Para os analistas Maurício Loureiro e Bruno Santos, a empresa tem grande capacidade de vencer o leilão A-5, e se isso acontencer, será positivo para a companhia. 

A forte posição de caixa da Copel de cerca de R$ 2 bilhões aumenta a chance da companhia vencer o leilão do dia 20 de dezembro deste ano, o que será favorável para a empresa, já que aumentará sua capacidade de geração de energia e diversificará as usinas hidrelétricas, comentaram os analistas. Contudo, eles alertaram que as margens da empresa podem ser afetadas pelo Terceiro Ciclo de Revisão Tarifária, apesar de ser menor do que em outras empresas do segmento de distribuição. 

A corretora acredita que a empresa sofrerá um impacto menor em virtude do melhor desempenho em termos de qualidade apresentado no decorrer dos anos. O DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) apresentam índices superiores a média do setor, com melhor qualidade de serviço do que seus concorrentes. 

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Ajustes no plano estratégico
Por sua vez, a Votorantim acredita que a companhia não conseguirá alcançar o plano de investimentos neste ano, sendo que até o terceiro trimestre de 2011 a Copel investiu R$ 967,3 mil, representando apenas 47% do total de R$ 2,061 milhões estimados para o ano. 

Os analistas ainda destacaram a exposição da empresa e o possível impacto nas receitas sobre as usinas hidrelétricas que não têm direitos adicionais de renovação de concessões. As concessões das quatro usinas hidrelétricas que expirarão, e não possuem direitos de renovação, têm capacidade instalada de 272 megawatt, representando 6% do total de energia produzida pela empresa. 

Por fim, a corretora ainda apresentou a quantidade significativa de contratos da companhia que expirarão entre 2011 e 2015. “Essa questão é negativa para a Copel, pois quase metade da energia produzida será comercializada em contratos de curto prazo ou no mercado spot, ficando a empresa exposta a alta volatilidade”, complementaram Loureiro e Santos.