Vivo Ventures e CIP S.A fazem seu primeiro investimento: Klavi é a escolhida

Na contramão de startups que realizam demissões, Klavi, que recebeu aporte de US$ 15 milhões, deve dobrar equipe e expandir para México

Mariana Amaro

Bruno Chan, CEO da Klavi (Foto: Divulgação)
Bruno Chan, CEO da Klavi (Foto: Divulgação)

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A Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, informou, na quinta-feira (11) em comunicado ao mercado que o Vivo Ventures, seu fundo de Corporate Venture Capital (CVC) criado em conjunto com a Telefónica Open Innovation, se comprometeu a investir US$ 3 milhões na Klavi, por meio da aquisição de notas promissórias conversíveis em participação acionária.

Segundo o comunicado, “o investimento na Klavi é o primeiro investimento do Vivo Ventures e está em linha com seu propósito de criar parcerias com startups que oferecem serviços e produtos inovadores”.

A empresa anunciou a criação do Vivo Ventures em abril, com o objetivo de investir em startups focadas em soluções inovadoras e que possam acelerar o crescimento do ecossistema da companhia. O VV, seu primeiro fundo do tipo CVC prevê um aporte estimado de R$ 320 milhões para alocar em companhias ao longo de seus primeiros cinco anos.

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Este também foi o primeiro investimento da CIP, a Câmara Interbancária de Pagamentos e o segundo movimento importante da empresa este ano. Em março, a CIP se tornou uma Sociedade Anônima e transformou os 34 bancos cotistas da companhia em seus acionistas. No ano passado, a CIP lançou uma plataforma de “open banking” para prestar serviços a instituições financeiras que não tenham uma estrutura própria de compartilhamento de dados

Foco no open finance

A história da Klavi se mistura à do Open Banking no Brasil. Após passar oito anos morando e empreendendo na China, Chan decidiu retornar ao Brasil e empreender aqui, mas esbarrou na falta de conhecimento que as instituições financeiras tinham dele. “Não conseguia pegar crédito em lugar nenhum porque não tinha histórico aqui. Queria uma forma de mostrar quem eu sou de verdade e vi que esse meu problema era o de milhões de pessoas”, afirma.

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Um ano depois do retorno ao Brasil, Chan cofundou, junto com Stone Zheng, ex-Uber na China, a Klavi, plataforma de Software as a service (SaaS) que trabalha na agregação e análise de dados para outras companhias como o Banco BV, a Portocred, a Simplic e a Zippi.

A empresa levantou US$ 15 milhões e a rodada série A foi liderada pelos fundos de venture capital Iporanga Ventures e Parallax Ventures, que já tinham participado de um investido seed na companhia.

“Quando conhecemos a Klavi no ano passado, chamou a atenção a capacidade da empresa trabalhar dados em escala e entregar um produto concreto aos clientes. Agora, passado um ano, as impressões se confirmam: a empresa vem acelerando muito, amadureceu o roadmap de produto e, na contramão de outras empresas, está contratando. Não pensamos duas vezes em coliderar essa rodada” explica Leonardo Teixeira, sócio da Iporanga Ventures.

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Os recursos serão usados para aumentar e fortalecer a área de tecnologia e desenvolvimento, duplicar o time, aumentar o número de clientes de 35 para para 100 e expandir para o México e Colômbia — o que parece o caminho inverso percorrido por muitas startups como a Loggi, QuintoAndar, Creditas e muitas outas que têm realizado demissões e cortes de gastos. Chan tem algumas explicações para isso: “A Klavi já nasceu nessa nova era de startups com crescimento sustentável. Não vamos crescer a qualquer custo e somos conservadores em tamanho de equipe e expansão”, diz.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.